Nascido em uma família pobre no interior paulista, o médico fundador da Amil tornou-se o líder no mercado brasileiro de saúde ao comprar a concorrente Medial Saúde e ao tornar-se o maior acionista individual da “Diagnósticos da América”. Isso, certamente, a custa da descraça de muita gente; tanto pacientes como médicos! Considerado o queridinho da justiça, Edson Bueno patrocina os livros escritos por desembargadores, e de quebra, patroneia fins de semana em resorts 5 estrelas, para seminários que tratam de questões de "interesse" do poder judiciário.
Peguei carona numa entrevista dada a “ISTO É Dinheiro”, onde, sentado à mesa de almoço no jardim de inverno de seu apartamento de altíssimo luxo em um dos edifícios mais caros de São Paulo, o médico Edson Godoy Bueno confere as cotações das ações da Amil em seu smartphone e exibe orgulhoso, o gráfico que mostra uma valorização abrupta a partir de agosto. “Olha só como a ação subiu, mostra que os investidores gostaram do negócio”, diz ele. O senhor deveria ter seguido carreira no mercado de ações, Dr. Edson, por que saúde nada tem a ver com Bolsa de Valores! Especular com a saúde dos outros deixa o senhor mal na foto!
Mas porque esse assunto? Eu respondo! Em 2008 fui levado quase inconsciente, entre a vida e a morte para o Hospital Pro-Cardiáco. Acabava de gravar o meu programa semanal e estava saindo da sede da Rede Bandeirantes, em Botafogo/RJ, e fui levado para o Pro-Cardiáco por que fica a uma quadra da emissora. Estava com 99% de entupimento em três artérias do coração e não fosse à proximidade do hospital eu teria morrido.
Fui tratado de forma emergencial e transferido em 24 horas para um hospital público, de onde saí, depois de 17 dias, com uma mamária, uma safena e um stent. Tudo feito de acordo com a lei e com as prerrogativas garantidas que todo cidadão tem na Constituição. Passados 20 dias recebi do Hospital Pro-Cardiáco uma conta de 52 mil reais pelas horas que passei na emergência. Como nunca vi a cor de tanto dinheiro, e por estar "resguardado" pela lei, não paguei!
Lei é o cacete! Para o Dr. Bueno, do alto de seu palácio, o negócio é o mercado financeiro, é a grana, a bufunfa. Para o rico a medicina, para o fudido “toca terra em cima!”
Nessa época, o Pro-Cardiáco ainda não pertencia a Amil, e sim a um pequeno grupo de médicos que levaram a clínica á falência. A gota d’água foram fotos tiradas durante de uma orgia sexual entre médicos e enfermeiras, dentro do hospital Pro-Cardiáco, que viraram objeto de chantagem e também de polícia. Pouco depois a “massa falida” foi vendida para a Amil. A cobrança dos 52 mil, porém, já tinha ido parar na justiça.
Como sou cliente de um modesto plano da Amil há muitos anos, subsidiado pela Associação dos Servidores da TVE, mas, que não foi aceito no Pro-Cardiáco, liguei para o diretor executivo da Amil, Dr. Antônio Jorge Kropf (pessoa que sempre me atendeu com a maior cordialidade!) e o pedi que não desse continuidade a ação de cobrança, por que de acordo com a lei, ela era indevida e eu não tenho a grana Dr. Edson Godoy Bueno!
Adivinhe o que? Perdi a ação em 1ª e segunda instância, e o juiz, Dr. Mauro Nicolau Jr., da 48ª Vara Cível do RJ, certamente um dos magistrados que goza dos benefícios “extracurriculares” da Amil, determinou a penhora on-line de minha conta salário, sem que sequer a própria Amil tivesse pedido! O “respeito” que o judiciário tem pelos planos de saúde é impressionante. Os juizes agem como se fossem cobradores particulares do Plano.
A matéria da “ISTO É Dinheiro” foi muito bem feita graças a competência dos colegas jornalistas, mas só caberia mesmo numa revista que fala tão somente em lucros milionários, e de mega empresários... Homens bons e sofridos!
Confira a Entrevista!