Herbert Vianna (foto) e os 300 picaretas A semana que passou já tem a sua trilha sonora definida. Chame o Herbert Vianna, do Paralamas do Sucesso, para cantar a música 300 picaretas. Nada aconteceu no Congresso na semana passada. A turma até que gostou, porque pôde assistir ao jogo do Brasil com a Alemanha em plena quarta-feira à tarde, hora em que o plenário fica mais cheio. E deu azar. A seleção perdeu por 3 a 2. O Palácio do Planalto também gostou. Se algo fosse votado, seria uma casca de banana para o governo, um projeto qualquer cuja aprovação não interessa ao Executivo.
Chantagem explícita da base aliada, por causa do conjunto de denúncias de corrupção em ministérios dirigidos por integrantes do PMDB, PR e PTB. Agora, é o PDT que entra na roda. Mais problema à vista. Desvio de recursos para cá, corrupção para lá, golpes e mais golpes. Só que, para parlamentares e até para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nada disso importa. A grande discussão é o uso de algemas pela Polícia Federal na Operação Voucher. Ah! Isso é realmente importante. Se fosse um ladrão pé de chinelo, a PF seria aplaudida por algemar o meliante em público. Mas, se os presos estiverem usando um colarinho branco, estiverem de gravata, não pode. Líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR) põe o dedo na ferida, diante da reação da base governista, sobretudo do PMDB. Demonstram indignação pelo uso de algemas e não pelo desvio de dinheiro do contribuinte, diz o parlamentar tucano. Com razão. Para onde vai dinheiro do contribuinte, o que é realmente importante, fica em segundo plano.
Os recursos do imposto suado pago por cada brasileiro vão parar no bolso de uns pouco, em lugar de serem aplicados na melhoria da infraestrutura do país e da vida da população. O jeito é pôr a música de Herbert Vianna para tocar e torcer para que mais algemas apareçam, pelo menos para dar um pouco de medo nos 300 picaretas.