E agora, Dilma, ou dá ou desce. Bem, ainda falta a votação no Senado, mas
tudo indica que a medida provisória (MP) não vai caducar e será aprovada
lá como foi na Câmara dos Deputados. E sem modificações. “Por que os
jornais estão dizendo que houve um acordo ontem no Congresso sobre o
Código Florestal e eu não sei de nada?” Lembra disso? Foi a anotação da
presidente Dilma Rousseff na votação em primeiro turno da MP endereçada a
“Izabella ou Ideli”. Izabella Teixeira é a ministra de Meio Ambiente.
Ideli Salvatti é a ministra-chefe da Secretaria de Relações
Institucionais, responsável pelas negociações com o Congresso. Dilma
de nada sabia, mas a numerosa e poderosa bancada ruralista sabia
direitinho o que queria. E não deixou por menos.
Aprovou o texto que
desejava em pleno recesso branco por causa da campanha eleitoral.
Plenário cheio para tentar evitar o vazio que a medida provisória
deixaria se não fosse aprovada a tempo. Bem, não custa lembrar, ainda
falta o Senado, mas já está tudo combinado. O presidente da Casa, José
Sarney (PMDB-AP), já pôs o texto na pauta. Dilma não sabia, mas agora já
deve saber que o acordo está feito. Vai vetar de novo?
A crônica de uma derrota anunciada tinha enredo definido e combinado. O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), que não tem cumprido ordens vindas do Palácio do Planalto, abriu a sessão pouco antes das 18h de terça-feira. Sinal de que havia segurança para que prevalecesse a vontade da bancada ruralista. Na semana que vem, que é de esforço concentrado no Senado, as mudanças no Código Florestal devem ser aprovadas. E sem modificações, para a MP não caducar. Vai sobrar para a caneta da presidente, irritada com o assunto como mostra o bilhete para suas ministras. Vai vetar? Bem, se fizer isso, vai comprar briga com a, não custa repetir, poderosa e numerosa bancada ruralista. O troco não demoraria.