Depois do carnaval vem a quaresma, mas a semana no Congresso não será
santa para o governo da presidente Dilma Rousseff. Depois de uma longa
temporada de férias, só interrompida para a eleição das mesas diretoras,
deputados e senadores voltam com a faca nos dentes, dispostos a tudo
fazer para apreciar o veto presidencial ao projeto que dividia os
royalties do petróleo entre todos os estados, sem privilegiar os que são
produtores, como quis o Palácio do Planalto. É briga de cachorro grande
que passa também pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Com os três
poderes envolvidos, a procissão corre o risco de empacar nas rampas
desenhadas por Oscar Niemeyer.
Os líderes do movimento voltam ao Distrito Federal dispostos a fazer um mutirão e votar todos os 3 mil vetos parados na fila. Eles vêm de vários governos, não apenas de Dilma ou Lula. Tem também de Fernando Henrique Cardoso e Itamar Franco. E muito dinheiro envolvido: na casa de bilhões de reais. Por isso, o governo pode capitular e dar os anéis para não perder os dedos, permitindo em acordo político que só o veto dos royalties seja votado. Os demais seriam aprovados em bloco. Mas fica a pergunta: será que combinaram com os russos que usam toga do outro lado da praça?
Mais que a briga do pré-sal, há a intenção entre os congressistas de criar uma nova prática, tornar corriqueira a votação de todos os vetos. Seria um avanço. Afinal, os nobres deputados e senadores estariam apenas cumprindo a obrigação constitucional que lhes é atribuída. Para o governo, uma tragédia. Quando se negocia alguma coisa que não agrada ao governo, o ministro encarregado começa a rir, porque sabe que o ponto de desgaste será vetado e depois ficará esquecido na imensa lista de milhares de outros vetos. O conforto pode acabar se a rotina for modificada. Para o governo, seria o pior dos mundos. O pré-sal com acordo e o retorno à rotina de deixar o resto para lá sairia bem mais barato. A semana promete. A faca nos dentes dos nobres parlamentares pode parar no pescoço do governo.
Os líderes do movimento voltam ao Distrito Federal dispostos a fazer um mutirão e votar todos os 3 mil vetos parados na fila. Eles vêm de vários governos, não apenas de Dilma ou Lula. Tem também de Fernando Henrique Cardoso e Itamar Franco. E muito dinheiro envolvido: na casa de bilhões de reais. Por isso, o governo pode capitular e dar os anéis para não perder os dedos, permitindo em acordo político que só o veto dos royalties seja votado. Os demais seriam aprovados em bloco. Mas fica a pergunta: será que combinaram com os russos que usam toga do outro lado da praça?
Mais que a briga do pré-sal, há a intenção entre os congressistas de criar uma nova prática, tornar corriqueira a votação de todos os vetos. Seria um avanço. Afinal, os nobres deputados e senadores estariam apenas cumprindo a obrigação constitucional que lhes é atribuída. Para o governo, uma tragédia. Quando se negocia alguma coisa que não agrada ao governo, o ministro encarregado começa a rir, porque sabe que o ponto de desgaste será vetado e depois ficará esquecido na imensa lista de milhares de outros vetos. O conforto pode acabar se a rotina for modificada. Para o governo, seria o pior dos mundos. O pré-sal com acordo e o retorno à rotina de deixar o resto para lá sairia bem mais barato. A semana promete. A faca nos dentes dos nobres parlamentares pode parar no pescoço do governo.