A família em primeiro lugar. A boa desculpa quem encontrou foi o
vice-presidente Michel Temer para justificar a ausência da presidente
Dilma Rousseff no jantar que ofereceu a governadores; o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); o ex-presidente da Casa José Sarney
(PMDB-AP), além de deputados e senadores. O Palácio do Planalto informou
que Dilma não tinha recebido convite. Bem, os assessores ressalvaram,
pelo menos, que era “até onde sabiam”. Foi Temer quem deu a explicação.
Dilma foi convidada por ele próprio, mas alegou precisar ficar com a
família, que tinha chegado do Rio Grande do Sul. Entre se encontrar com
os caciques do PMDB que quase deram um tombo na MP dos Portos e o
netinho, Dilma não teve dificuldade em optar por ficar em casa.
É
um fato curioso. A segunda mulher mais poderosa do mundo fez bem em
deixar de lado os peemedebistas na véspera do anúncio de sua nova
posição no ranking pela revista Forbes. Afinal, muito melhor estar na
companhia da chanceler alemã, Angela Merkel, a primeira; Melinda Gates,
mulher de Bill Gates e dirigente de sua fundação; e da primeira-dama dos
Estados Unidos, Michele Obama. Hilary Clinton, depois que deixou o
cargo de secretária de Estado norte-americana, caiu para o quinto lugar.
Dilma está em companhias muito melhores do que um líder do PMDB, como o
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Se a intenção de Temer era
apaziguar os ânimos, o tiro saiu pela culatra, mesmo com a audiência que
teve ontem com a presidente.
Com netinho ou não, Dilma mandou recado
claro e objetivo de sua insatisfação com o PMDB. Que não passa só pelo
Congresso. Para ficar em apenas um exemplo, o governador do Rio de
Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), também já está com a faca nos dentes, por
causa da pré-candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) à sua
sucessão. E faz questão de lembrar a todos sobre sua antiga amizade com o
senador Aécio Neves (PSDB-MG). No terceiro maior colégio eleitoral do
país, meia lembrança vale.