|
A juíza Sônia Regina e sua companheira Lilian Terres Moroso |
Um empresário - cujas iniciais são G.H. - de Itajaí/SC (somente as iniciais do condenado. Importante não divulgar o
número do processo para evitar que alguma pesquisa no site do TJ-SC
possa refletir-se na identificação dos filhos.), foi preso
no último domingo (14) à noite, ao final de um voo da Azul, de Campinas
(SP) a Navegantes (SC), após ele ser reconhecido, a bordo, pela própria
juíza que assinara o mandado de prisão, há três anos, quando ocorrera o
trânsito em julgado.
A pena é de dez anos de reclusão, em regime inicial fechado. O homem estava foragido. A juíza Sônia Moroso Terres, 48, da 1ª Vara Criminal de Itajaí,
reconheceu o homem condenado ao embarcar no avião - embora não o
conhecesse pessoalmente. No trabalho, ela várias vezes tinha fixado, a
partir de fotografias, a imagem do condenado.
Com discrição, antes da decolagem, a magistrada usou seu celular,
acionando sua assessoria e a polícia civil de Itajaí. Em seguida, por
meio de um comissário, informou o comandante do voo.
Os crimes que causaram a condenação aconteceram em 2004, logo depois
que o empresário se separou judicialmente da mulher, passando a receber a
visita semanal dos filhos do casal. Eles, na época, tinham quatro e
cinco anos de idade.
Absolvido pelo juiz (que deveria devolver a toga!) Luís Paulo Dal Pont Lodetti, da comarca de Itajaí
(SC), o homem foi condenado pelo TJ-SC que acolheu recurso do
Ministério Público. A ação penal trata de "atos libidinosos diversos da conjunção carnal". E textualmente refere que "o acusado, valendo-se da condição de pai das vítimas obrigava-as - dentre outras ações reprováveis - à prática de sexo oral".
O homem desalmado também exibia filmes pornográficos às crianças.
Quando o voo pousou em Navegantes, policiais civis já estavam na
pista. Eles entraram na aeronave antes do desembarque dos passageiros e
efetuaram a prisão, após a juíza explicar a situação aos passageiros. Todo mundo vibrou e aplaudiu. Foi uma cena de cinema.
Uma juíza conhecida e estimada na comarca
A juíza Sônia Maria Mazzetto Moroso, atual titular da 1ª Vara
Criminal de Itajaí (SC) - muito conhecida e estimada na comarca, principalmente onde mora no centro da cidade, na tranquila Rua Umbelino de Brito -
assinou no dia 16 de julho de 2011 o documento que a tornou casada com
Lilian Regina Terres, servidora pública municipal. Foi a primeira união
civil homoafetiva registrada em Santa Catarina, após a decisão do STJ. O
fato foi destaque, com primazia, na imprensa local.
Ela
e Lilian já tinham um relacionamento estável antes da união oficial.
Elas se uniram no dia 29 de maio de 2010, numa cerimônia abençoada pela
religião umbandista. O juiz Roberto Ramos Alvim, da Vara de Família da comarca, autorizou o
casamento civil das duas mulheres. O ato foi, então, celebrado no
Cartório Heusi.