Desde que foi lançada, no início deste ano, pelo prefeito Eduardo Paes, a campanha conhecida como Choque de Ordem vem causando a revolta e indignação da população pobre do Rio de Janeiro, a principal atingida por mais esta campanha fascista de perseguição aos direitos mais elementares do povo.Este “Choque de Ordem” tem baseado suas ações na repressão a assim chamada - pelos agentes do Estado -, “desordem pública”. Por “desordem” as autoridades entendem: as construções e estabelecimentos comerciais “irregulares” nas favelas, o comércio ambulante no centro e na zona sul da cidade (camelôs), o aumento da população de rua na cidade, além de outras questões como a atividade dos guardadores de carros, o transporte alternativo, etc. Obviamente, seguindo a lógica deste Estado, e particularmente a ação deste prefeito, toda “desordem” deve ser combatida e reprimida, principalmente se esta é praticada pelo povo pobre, como estratégia de sobrevivência. Se não é assim, porque a prefeitura tolera as construções de condomínios de luxo na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes, todos eles invariavelmente construídos em áreas de proteção ambiental (portanto ilegais), enquanto combate o chamado “crescimento vertical” das favelas?Entretanto, mais esta campanha contra o povo pobre do Rio não tem ficado sem merecida resposta das classes populares da cidade. Por todos os lugares, camelôs, pequenos comerciantes, famílias atingidas pela construção do muro e pela remoção de favelas se levantam contra mais esta agressão aos seus direitos.No Chapéu Mangueira e Babilônia, por exemplo, um grupo de moradores criou o “Fórum Lúcio Bispo” (homenagem a um antigo líder comunitário, militante comunista), uma espécie de Assembléia Popular que vem organizando esta comunidade para deter a demolição dos comércios locais, alguns instalados a cerca de cinqüenta anos na localidade e também para combater o projeto de construção do muro, que já está em curso. Mês passado, foi inaugurado naquela comunidade, a “unidade pacificadora” da polícia militar, um mini batalhão, que juntamente como o muro, deixará os moradores do Chapéu e da Babilônia, cercados e ocupados.O Fórum Lúcio Bispo pretende fazer um plesbicito com os moradores, consultando-os sobre a construção do muro.Em outro ponto da cidade, na comunidade do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, também se organiza contra a demolição de prédios e casas que já está em curso no local. Muitos moradores já receberam notificação de despejo, que ameaça os cerca de 10 mil moradores da região. Esta é uma das áreas mais cobiçadas pela especulação imobiliária, mas para realizar seus planos será necessário remover as famílias e os estabelecimentos comerciais ali instalados há muitos anos.Contra isto, os moradores do local, juntamente com a associação de moradores, estão na Avenida das Américas (principal via da região), levando cerca de 500 pessoas as ruas em uma das manifestações. Na última, realizada no dia 28/06, participaram cerca de 200 pessoas, entre elas representantes de outras comunidades, políticos, entidades democráticas, estudantes etc. Os moradores do Terreirão estão decididos a não abandoar suas casas e resistir aos ataques da prefeitura.No morro do Cantagalo, os moradores da localidade conhecida como Vietnã, também estão ameaçados de remoção, para a construção do muro. Assim, organizaram uma manifestação no dia 18/06, dia em que seria inaugurado um museu na favela com a presença do vice-governador Pezão. O vice-governador não compareceu, mas a disposição das pessoas era continuar na luta até que suas reinvidicações fossem atendidas. Recentemente houve um acordo entre as famílias e as autoridades que pôs, por enquanto, um termo nas manifestações.Não são só as favelas que estão sendo removidas na cidade do Rio. As ocupações de prédios públicos também estão sendo duramente reprimidas. No dia 25 de junho último, a ocupação Guerreiros do 234, situada em um prédio na Rua Gomes Freire, foi desalojada, deixando cerca de 70 pessoas sem moradia. Os moradores já tinham sido desalojados de outra ocupação (Guerreiros do 510, na Mem de Sá), devido a um incêndio, e esperavam o prometido aluguel social da prefeitura, tendo ocupado o referido prédio na Gomes Freire, de onde agora foram expulsos.Houve grande confronto com a polícia e uma das manifestantes foi detida. A polícia, além da truculência habitual, usou balas de borracha e spray de pimenta contra os moradores e contra aqueles que correram em sua ajuda. Esta operação é uma mostra do que vai se seguir nos próximos anos contra os moradores de ocupações urbanas, principalmente no centro da cidade. Serão tratados desta maneira por causa do projeto de “revitalização” da zona portuária e do centro da cidade. Para esta “revitalização”, será necessário expulsar os “indesejáveis” inquilinos pobres dos muitos prédios públicos abandonados, que certamente poderiam servir de moradia popular, caso a prefeitura não esperasse lucrar com estes. Os moradores estão atualmente acampados na rua Pedro Lessa, em frente ao Banco do Brasil, no centro.Como estes podemos encontrar outros exemplos de resistência ao “Choque de Ordem”. Mais uma vez o povo pobre do Rio de Janeiro se levanta contra políticas que pretendem suprimir os mais básicos direitos das pessoas: morar e trabalhar. O “Choque de Ordem” é parte da política de extermínio e criminalização da pobreza posta em prática pelo governo Cabral, que agora encontra em Eduardo Paes um similar em escala municipal.Se rebelar contra isto é direito e dever de todos os atingidos. Me solidarizo com a luta do povo pobre do Rio de Janeiro e apóio todas a iniciativas que sirvam para conter esta política de criminalização da pobreza, que tem no “Choque de Ordem” um de seus principais pilares.
Me junto nesta solidariedade e resistência ao fascismo que vem crescendo mascarado de ordem,revitalização e outras falácias mais!Quero destacar que esse fascismo crescente não tem legenda partidária sendo vários ditos representantes do povo,agindo da mesma forma.
ResponderExcluirEduardo Pimenta(estudante universitário)
Eduardo, vc está cada vez melhor.
ResponderExcluirbeijocas
Yvonne
É isso aí, Eduardo, manda ver.
ResponderExcluirBeijos
Eduardo,
ResponderExcluirMuito bom.
Abraços,
Damasceno.
Eduardo, é...o seu xará precisa trocar de nome. Você deveria exigir isso na justiça. Abraços Jackson
ResponderExcluir