Com exemplo, veja-se o caso da mais recente amizade política em Brasília - a do PT com o PMDB. Depois da primeira escaramuça, quando o PMDB protestou - e levou - por estar alijado do comando do grupo de transição, há uma lua de mel entre as siglas. José Eduardo Dutra e Michel Temer já são os mais novos devotados "amiguinhos de infância" e se entendem até por música. O que um diz, o outro assina. Dizem que vão se entender até pelos cargos na mesa da Câmara e do Senado. Nem tudo é bem assim. Os dois estão fazendo um pacto de conveniência contra as investidas de outros aliados. Partidos como o PSB, o PP e até o PC do B reivindicam mais espaços (leia-se, mais cargos), no governo Dilma.
Como a presidente não tem mais o que inventar, exceto as estatais que vão surgir - a do pré-sal, a do trem bala -, "ceder mais" significa tirar de quem já tem muito - o PT e o PMDB. Do mesmo modo, não se deve assumir : (i) que estão todos interessados na verdade em colaborar com o novo governo, (ii) que a questão de cargos é uma consequência, (iii) que o PMDB só quer manter o que já tem, (iv) que não foram Lula e Dilma que induziram a discussão sobre a CPMF, (v) que vem por aí uma política de austeridade, (vi) que o principal critério para escolha da equipe será o do mérito e não as acomodações políticas, (vii) que Lula não está indicando ninguém a Dilma... e por aí vai...
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