Dois anos e meio após o infarto voltei a co-pilotar e posso garantir ao Dr. Carlos Scherr que depois de uma “adrenalina extra” meu coração vai muito bem obrigado.
Mas o objeto da postagem não é meu coração, e sim ter que sobrevoar uma cidade densamente povoada, sem um metro quadrado disponível para pousar num caso de emergência como é Belo Horizonte que tem dois aeroportos de grande movimento há quinze minutos do centro da cidade. Os aeroportos não podem mais ser construídos dentro das metrópoles, e os existentes devem abandonar a área.
Enquanto aguardávamos a ordem de descer, dando nossa vez aos grandes jatos comerciais pensei por um momento que se tivesse que fazer um pouso de emergência teria que ser na cabeça de alguém. Estou falando da dinâmica atmosférica nessas regiões. Como a capital mineira fica dentro de um vale, cercada por montanhas as moléculas de ar, quando aquecidas, tornam-se mais leves e descrevem trajetórias ascendentes (subida), ou seja, os ventos batem nas montanhas sobem, e levam a aeronave junto. Não estivesse ao lado de um piloto experiente, meu irmão Fábio, e a bordo de um avião show de bola, o Bravo-700, a coisa poderia ter sido pior.
Mas, como disse, o objeto é estimular uma discussão sobre o que fazer com aeroportos construídos no meio de uma cidade com milhões de habitantes. Dois acidentes lamentáveis, ambos com jatos da TAM, são o exemplo de que nada foi feito e o perigo continua.
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