Porque será que um quarto das arrecadações de campanhas declaradas pelos 77 deputados estaduais eleitos tem origem em cinco grandes setores da economia: a construção, automotivo e transportadoras, mineradoras e siderurgia, combustíveis e, por fim, bancos? Juntos, eles financiaram R$ 15,2 milhões dos R$ 55,96 milhões informados pelos parlamentares e respondem por bancadas eleitas que variam de 10 a 43 deputados. Numa estratégia de cooptação, alguns chegaram a financiar até mesmo reeleitos que, durante a legislatura que se encerra, atuaram em defesa de demandas contrárias aos interesses desses segmentos.
Enquanto o perfil do poder na Assembleia se desenha a partir do financiamento visível, há ainda um volume expressivo de recursos – R$ 8,7 milhões, que correspondem a 15,7% do bolo das campanhas de candidaturas eleitas -; cuja origem não pôde ser identificada. São várias as manobras empregadas: doações feitas pelos partidos políticos, pelos comitês de campanha, por deputados federais. Quem financiou esses partidos e comitês é uma pergunta que as legendas são obrigados a responder à Justiça Eleitoral. Mas elas não precisam informar a que candidato os recursos de cada financiador foram repassados.
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