Quem avisa, amigo é. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que continuará no cargo no governo Dilma Rousseff, anunciou que acabou a temporada de saco do bondades, com diminuição de impostos e investimentos públicos em alta, que o Brasil usou com bons resultados para enfrentar a crise econômica mundial em 2008 e 2009. O problema é combinar com o inimigo, que podem ser os próprios amigos. Tramita no Congresso uma coleção de projetos dando aumento ao funcionalismo, do Judiciário aos parlamentares, passando, é claro, pelo Executivo. Sem contar a PEC-300, que cria teto salarial para policiais civis e militares e bombeiros. Só neste caso, a conta é de um gasto de R$ 45 bilhões para a União e os estados. É conta que não fecha.
No caso da PEC-300, o governo federal pode dar as mãos aos verdadeiros “inimigos”, os governadores de Minas Gerais e São Paulo, que têm os maiores contigentes de policiais do país. E teriam grandes dificuldades para cumprir o teto previsto na PEC. Se os dois lados se unirem, só aí podem estar 123 votos contra a proposta de emenda constitucional, 70 dos deputados paulistas e 53 dos mineiros. Como a PEC precisa de 308 votos para ser aprovada, ficaria muito difícil mudar a aritmética, num colégio de 523 deputados, muitos não reeleitos e poucos dispostos a trabalhar.
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