Com 21 ministérios a definir e apenas nove pastas para distribuir com os partidos aliados e, assim, fechar a composição final do primeiro escalão de seu governo, a presidente eleita, Dilma Rousseff, estuda ampliar as atribuições da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) para torná-la mais atrativa ao PMDB. O cargo foi oferecido ao ex-governador do Rio Wellington Moreira Franco, que recusou, bateu o pé e recusou... Um dos setores que pode vir a ser incorporado pela pasta é, por exemplo, a aviação civil, um serviço que não deixa de ser estratégico, e, conforme projeto de Dilma, sairia assim da seara da Defesa. O modelo, entretanto, ainda não está fechado porque os vôos ainda estão atrasando.
A nove dias do prazo final que estipulou a si própria para concluir o desenho do primeiro escalão, a presidente eleita anunciou seis ministros e escolheu outros 10. Faltam 21 ministérios, a maioria dos quais já tem dono ou está reservada a algum partido que participou do toma-lá-dá-cá!. Pelo menos nove deles, segundo integrantes da equipe de transição, serão do PT (que na verdade vai mandar em todos!). Mas, oficialmente esse número pode chegar a dez, se ela decidir tirar Juca Ferreira da Cultura para entregar a pasta a alguma ala do seu partido. Estão certos para os petistas ministérios como a Educação, para o qual Fernando Haddad ainda não foi convidado formalmente, apesar de ser apontado como um dos que permanecem (apesar das merdas do Enem!), e Desenvolvimento Social, onde a atual ministra, Márcia Lopes, não está assegurada, por causa da pressão dos nordestinos para ocupar o cargo. Dois outros são técnicos: Advocacia Geral da União e Gabinete da Segurança institucional, que deve ser extinto para dar lugar ao antigo Gabinete Militar.
Tirando esses 12, sobram nove, dos quais três já foram oferecidos ao PMDB (uma colcha de retalhos feita com pano de chão!) para completar a cota de cinco cargos de primeiro escalão que o partido deseja. A tendência da presidente eleita é manter o convite feito a Edison Lobão (affair de José Sarney, só pode!) para ocupar o Ministério de Minas e Energia, apesar da reportagem publicada ontem no jornal O Globo, citando o senador Lobão Filho (PMDB-MA) como alguém que teria recebido em audiência um empresário ligado à máfia dos combustíveis do Rio de Janeiro e indicado para a Agência Nacional do Petróleo (ANP) pessoas que facilitaram as ações desse grupo. O PMDB considera que, quando da indicação de Lobão para o Ministério em 2007, ele e o filho foram alvo de denúncias e, tão logo foi nomeado, as reportagens cessaram. Os peemedebistas avaliam que agora não será diferente. Denúncias... e dai?
O PMDB espera concluir o desenho de sua participação no governo nas próximas 48 horas e encerrar esse capitulo com o ministro da Previdência na cota do Senado, onde um dos favoritos é Garibaldi Alves (RN); o do Turismo para a Câmara – aí há vários nomes, inclusive o da deputada Mariinha Raupp (PMDB-RO), uma forma de o PMDB colaborar com o espaço para mulheres pedido por Dilma –, e a SAE turbinada para abrigar Moreira Franco - ai o Moreira... Definido o território do PMDB, Dilma, paralelamente, discutirá o desenho dos outros partidos e fechará os espaços do PT. Ela cogitou transferir Alexandre Padilha de Relações Institucionais para a Saúde, mas há quem pondere que abrir uma área política neste momento poderia atiçar a fome das alas do próprio PT e dos aliados. Hoje, ela pode anunciar mais um lote e fechar a indicação para a Saúde. Afinal, um ponto está certo: essa pasta não está mais na cota do toma lá dá cá da zona!
Algo tendenciosa a análise. Fazer o que? hehe
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