Está mais do que na hora de a sociedade agir em favor da racionalidade e do bom senso para dar um basta à calamidade em que incivilizados transformaram as chamadas torcidas organizadas de times de futebol. Organizadas com o saudável propósito de apoiar com presença e manifestações de apreço os clubes da preferência de seus membros, além, é claro, de promover brincadeiras e gozações com os aficionados por times adversários, as torcidas uniformizadas hoje agridem e matam. Não é correto generalizar o comportamento selvagem que inibe a presença do torcedor educado nos estádios, nem mesmo cabe estender a culpa a todos os que integram essas torcidas.
Mas mesmo os mais fanáticos que delas participam, se forem pessoas de bem, não têm como negar o vandalismo e a violência que andam desfigurando essas torcidas e transformando a simples paixão por um clube no exercício quase prazeroso da barbárie. O agravante é que o clima de hostilidades passou a extrapolar o horário e o dia dos jogos para se transformar em perigo permanente. As demonstrações de ignorância e o festival de estupidez uniformizada com as cores desse ou daquele clube não estão mais contidas pelo calendário nem pelo tipo de evento que reúne esses titulares da baixaria.
É o que revelam as imagens de um vídeo que vem sendo estudado pela polícia, divulgado ontem. São cenas de um verdadeiro massacre, ocorrido em 27 de novembro, em frente ao ginásio Chevrolet Hall, na entrada de Belo Horizonte, onde se realizava um torneio de lutas. Membros da torcida organizada Galoucura compareceram para apoiar um dos concorrentes. Pela Avenida Nossa Senhora do Carmo, na qual fica a entrada para o ginásio, passavam alguns ônibus da torcida organizada do Cruzeiro, maior rival no futebol. Um dos coletivos parou para que os passageiros pudessem provocar os torcedores atleticanos. Foi o bastante para abrir o espetáculo de fúria e selvageria. A maioria dos cruzeirenses conseguiu fugir, mas pelo menos três foram gravemente feridos pelos agressores. Um deles, Otávio Fernandes, de 19 anos, acabou morrendo. Mesmo caído, ele continuou sofrendo golpes de cavaletes de madeira, que esmagaram sua cabeça. A polícia já teria conseguido identificar três suspeitos de participar da selvageria, mas até agora ninguém foi preso.
O episódio guarda semelhança em gravidade e em covardia com o que resultou na morte de um torcedor atleticano em fevereiro de 2009, quando dois cruzeirenses que se aproximaram de moto atiraram contra uma fila de torcedores do time rival, que aguardavam o ônibus para o estádio. Essas e outras manifestações de violência cultivada não são fatos isolados. Na verdade, são o resultado da crescente deterioração da conhecida paixão brasileira pelo futebol. Movidos pela deseducação e alimentados pela constante complacência da direção dos clubes e, a bem da verdade, de boa parte da sociedade, esses ajuntamentos de torcedores estão se transformando em verdadeiras gangues de desajustados. O gosto pelo esporte e o prazer de vencer a disputa já deixaram de ser ingredientes do que deveria ser apenas o exercício do direito à diversão. Não dá para esperar a Copa do Mundo, a reação tem de ser já.
"Está mais do que na hora de a sociedade agir " Triste ilusão meu caro e você sabe disso. A sociedade não tem autoridade e por isso está "cagando" pelo que acontece. As autoridades que poderiam fazer algo não estão vinculadas às suas incompentências, ou seja, deu merda que se dane, não vou ser punido mesmo. Posso concordar se fosse o caso de ser algum parente dessa "autoridade", algo seria feito, aliás, todos concordariamos, não? É tão somente mais uma noticia no mundo da ralé.
ResponderExcluirEstes tipos de violencia deveriam ser extintas do mundo.Alias todas as violencias do mundo.
ResponderExcluirEsse tipo de atitudes são inaceitaveis!A segurança em nosso país deveria ser mais rígida.Não apenas por causa de ataques como esses mais sim sobre outras atitudes!
27/11/2011 # 1 ano sem você Otávio. OQUE FIZERAM VAI TER VOLTA, PODE ACREDITAR ! Eterno :'( :'( :'(
ResponderExcluiros covardes que fizeram isso irão apodrecer na cadeia ou se sair irão matar eles
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