Aguardada como oportuno apoio ao setor que acaba de dar a mais pesada contribuição à desaceleração do crescimento da economia no terceiro trimestre, a nova política industrial, em fase final de preparação pelo governo, pode se transformar numa grande decepção. Ao anunciar para breve o lançamento do programa, que terá implantação a cargo do governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, causou discreto, mas profundo constrangimento. É que o governo insiste em exigir, em troca dos eventuais benefícios da nova política industrial, inaceitáveis compromissos das empresas que aderirem ao programa. Elas terão de se comprometer com metas de criação de empregos, investimentos em inovação e de que não farão aumentos abusivos. O ministro avança nessa equivocada orientação intervencionista do governo na gestão dos negócios privados, ao lamentar o fato de o governo não ter discutido contrapartidas nas desonerações concedidas no combate à crise.
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