Dilma Rousseff, passou mais de seis horas ontem discutindo com seus coordenadores Antonio Palocci, futuro ministro da Casa Civil, e José Eduardo Dutra, presidente do PT, as demandas dos partidos aliados para a composição do novo governo. Na reunião na Granja do Torto, houve queda de braço entre partidos e até entre aliados de uma mesma legenda: vetos, dossiês e denúncias contra nomes apresentados.
Essa artilharia tem dificultado a escolha de titulares de pelo menos cinco ministérios estratégicos: Saúde, Previdência, Integração Nacional, Cidades e Transportes. O PMDB é a situação mais delicada. O principal nome do partido para a pasta das Cidades, o ex-governador Moreira Franco, (o fofoqueiro do Planalto) foi vetado pelo governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ).
A falta de experiência de Dilma se junta com a "colcha de retalhos" feita pelo PT pra ganhar as eleições, e torna-se uma questão difícil de administar. Cabral deixou clara sua contrariedade com o fato de o partido ter indicado um peemedebista do Rio sem seu aval. Dilma decidiu repassar a pasta das Cidades para o PMDB, compensando a sigla pelo remanejamento de outros ministérios, como Comunicações e Integração Nacional. Mas não sabe como resolver essa disputa interna.
A contrariedade de Cabral cresceu com a chegada, ao núcleo da transição, de um dossiê com dados contra o secretário estadual de Saúde, Sérgio Cortes, cotado para o Ministério da Saúde. O dossiê trás denúncias sérias de compra de medicamentos sem licitação na gestão de Cortês e outras "cositas más".
Outra vitima de dossiê foi o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), escolhido pela bancada do PMDB na Câmara para a Integração. A informação repassada é que Castro pegou um empréstimo milionário com o Banco do Nordeste (BNB) para implantar um programa de irrigação no Piauí que não foi adiante. Castro confirmou um empréstimo feito por ele e seus irmãos há 15 anos, mas disse ter renegociado a dívida.
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