Os 12 deputados e senadores indicados ministros pela presidente eleita, Dilma Rousseff, apresentaram altos gastos com verbas indenizatórias e faltas em plenário. Divulgação do mandato em empresas da própria família, aluguéis de jatinhos e passagens aéreas em plena campanha eleitoral, além da utilização da verba de parlamentar para autopromoção, são exemplos de despesas. Nas quase 30 sessões deliberativas que Câmara e Senado tiveram nos últimos seis meses, a ausência média foi de 40%.
Garibaldo |
Ex-presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN) assumirá a Previdência depois de pagar durante o ano R$ 31 mil para divulgar o mandato na emissora de televisão que conta com parentes do senador em seu quadro acionário. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), são acionistas da empresa o deputado federal e primo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o sobrinho Aluizio Alves Neto e a tia Ivone Alves.
De acordo com a assessoria do parlamentar, o espaço contratado na emissora teve alto custo graças à audiência que ela tem no estado, e não houve favorecimento dos familiares. Além dos gastos com divulgação, o senador utilizou R$ 24,4 mil em passagens em julho, quando estava em plena campanha para reeleição ao Senado. Entre os senadores que mudarão para a Esplanada em janeiro, Alves é o que registra maior índice de faltas a sessões deliberativas e de gastos com verba indenizatória. Ao todo, foram 17 ausências nas 29 sessões do Senado no segundo semestre: 58%. As despesas do mandato atingiram R$ 80 mil.
Dep. Luiz Sérgio PT/RJ |
O deputado Pedro Novais (PMDB-MA), indicado para o Ministério do Turismo, usou a verba para alugar jatinhos pelo interior do Maranhão em pleno calor eleitoral. Foram R$ 28 mil do dinheiro público. Além disso, o parlamentar teria sido flagrado bancando uma festa com 15 casais num motel em São Luís com verba pública.
Pelo telefone Dois dos principais colaboradores da presidente eleita colecionaram faltas na Câmara. Os deputados Antonio Palocci (PT-SP) e José Eduardo Cardozo (PT-SP) não compareceram a 76% das sessões. Palocci gastou R$ 66,6 mil com verba indenizatória, o maior gasto com telefonia (R$ 42,4 mil). Cardozo registrou R$ 91,6 mil em reembolsos, dos quais R$ 31,6 mil com telefonia. Todos justificaram as ausências como obrigações político-partidárias. A assessoria de ambos disse que os deputados estavam imersos na campanha de Dilma Rousseff.
Aloízio Mercadante |
O futuro ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, gastou R$ 67 mil em verba indenizatória durante o segundo semestre. A deputada Iriny Lopes (PT-ES), indicada para assumir a Secretaria das Mulheres, registrou R$ 118,8 mil em despesas indenizatórias. A maior parcela, R$ 54,2 mil, foi para divulgação de mandato. Entre julho e agosto, ela usou R$ 4,5 mil em passagens aéreas. O senador Edison Lobão (PMDB-MA), que ocupará o Ministério de Minas e Energia, teve R$ 21,5 mil em despesa com bilhetes de avião. O valor das passagens foi publicado pelo Portal da Transparência. O montante pode ser reduzido caso haja reembolso de bilhetes emitidos e não usados.
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