O Jornal OGLOBO de hoje traz a seguinte matéria de Ediane Merola
Lobão: polêmica a mil
AMAERJ quer nome de juiz que teria recebido propina
Lobão reclama: "não vou dizer o nome, me dou a esse direito. Sou um cidadão e quero respeito" |
Lançada em dezembro passado, a autobiografia "Lobão: 50 anos a mil" (Nova Fronteira) tinha tudo para ser polêmica, pois conta detalhes da carreira e da vida do músico, incluindo o seu envolvimento com drogas. A repercussão, no entanto, foi além: a Associação dos Magistrados do Rio (Amaerj) vai entrar com uma ação penal na Justiça, para que ele diga o nome de membros do judiciário envolvidos em corrupção, durante a sua condenação por porte de maconha, em 1987. Segundo a coluna de Ancelmo Gois, no GLOBO, o velho lobo teria pago US$ 2 mil em garrafas de uísque para dar a um juiz envolvido no caso. A história, que o músico faz suspense e prefere não dizer se está ou não no livro, foi narrada durante entrevista a uma rádio carioca, no mês passado. Ontem, Lobão disse que não vai revelar nomes.
— Foi muito leviano. Talvez, até pelo uso de droga, pode ter fantasiado e agora acha engraçado. Se ele quer palco, vai ter. Mas na Justiça — disse o presidente da Amaerj, desembargador Antonio Cesar Siqueira.
Durante a entrevista, Lobão conta ter sido condenado depois de rir do juiz que, durante o julgamento, teria pedido a um policial que o ajudasse a liberar uma sobrinha que estava no aeroporto "cheia de muamba". Ao falar sobre quanto dinheiro já perdeu para o vício, ele disse que seu advogado na época, Michel Assef, teria dito ser de praxe pagar propina:
"Torrei muito dinheiro, até pagando propina para juiz, mas nunca gastei com droga. Sempre recebi, de ótima qualidade. Mas o juiz do contrabando, segundo meu advogado que herdei do Castor (de Andrade), era de praxe pagar uísque. Paguei US$ 2 mil dólares de uísque 12 anos", narra Lobão.
Em carta enviada à Amaerj, o advogado desmentiu o cantor: "Infelizmente ninguém está livre de condutas irresponsáveis como a do cantor Lobão, que teceu comentários despropositados e infundados".
Na época, Lobão ficou três meses preso e, entre 1987 e 1992, respondeu a 132 processos, todos relatados nas 600 páginas do livro, que está entre os mais vendidos.
— Quem está curioso que leia o livro. Estou contando a minha história. Lamento o que está acontecendo, sou um senhor de 53 anos e ainda me tratam como um marginal. Não vou dizer o nome, me dou a esse direito. Sou um cidadão e quero respeito - disse Lobão.
Opinião do blogueiro: Porque será que o desembargador da Associação dos Magistrados do Estado do RJ, desembargador Antônio César Siqueira, quer que Lobão diga o nome do juiz que recebeu US$ 2mil em garrafas de uísque em 1987? Porque duvidar do músico? Como se não houvessem maus profissionais no poder Judiciário. Se atualmente com a fiscalização de Órgãos superiores existem juízes e desembargadores (alguns na ativa, outros presos!) respondendo processos por sérias improbidades administrativas, inclusive o próprio presidente do TJRJ, desembargador Luiz Zveiter, no CNJ, porque há 24 anos o fato não poderia ter realmente ocorrido? O advogado de Lobão, Michel Assef, é claro, não quer ficar mal na foto. Ele sabe que os clientes passam, mas, os processos continuam. Perdoe-me doutor, mas, não é Lobão que quer platéia...
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