Não é para menos. O salário de deputados e senadores saltou de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil, sem contar as verbas de gabinete |
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ainda afia a tesoura para passar no Orçamento da União deste ano. E os cortes não devem ser pequenos, ainda que o governo prometa diminuir o custeio para não prejudicar o andamento das obras, em especial do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha casa, minha vida, que virou a coqueluche da presidente Dilma Rousseff, depois que recebeu um pedido, neste sentido, de Lula, seu antecessor. Enquanto isso, do outro lado da rua, o Congresso finge que nada está acontecendo. Seus gastos vão aumentar uma enormidade este ano, como se nada estivesse acontecendo. E pior: gastos com custeio. Nada de investimentos.
A cifra não é pequena, muito antes pelo contrário. De acordo com cálculos da ONG Contas Abertas, só o aumento dos salários de deputados e senadores e o novo plano de carreira dos servidores custarão, este ano, a bagatela de R$ 860 milhões. É isso mesmo. A conta de R$ 5,3 bilhões gastos no ano passado na folha dos parlamentares e servidores vai subir mais de 15% este ano. Não é para menos. O salário de deputados e senadores saltou de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil, sem contar as verbas de gabinete e outros penduricalhos. Para despistar, os nobres parlamentares aumentaram também o salário de ministros e do presidente e vice-presidente da República. Uma nobreza sem igual.
É por essas e outras que a credibilidade do Poder Legislativa está sempre na rabeira nas pesquisas. Não custa lembrar que o projeto do aumento foi aprovado a toque de caixa na Câmara dos Deputados e no mesmo dia no Senado. Quando é em causa própria, os parlamentares agem com uma agilidade fora do comum.
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