Tanto que os caciques peemedebistas mudaram o foco da chantagem com o governo, em busca de mais cargos no segundo escalão |
O deputado mensaleiro Sandro Mabel (PR-GO) ligou para um colega para falar de sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados. E perguntou, é claro, o que ele achava de suas chances na disputa pelo cargo. Normalmente, os parlamentares são esquivos e procuram ser pouco sinceros e tentam agradar ao candidato. Afinal, nunca se sabe. Só que o deputado que estava do outro lado da linha foi curto e grosso com Mabel. Disse que ele não tinha a menor chance, depois de pedir licença para falar a verdade. E incluiu na lista outros postulantes, como Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Júlio Delgado (PSB). Nas contas do interlocutor de Mabel, o candidato oficial do Palácio do Planalto, Marco Maia (PT-RS), já contaria hoje com mais de 300 votos, quiçá 350. Para se eleger, o presidente da Câmara dos Deputados precisa receber dos colegas 257 votos.
Eleição e mineração, já que o ultrassom tirou a graça da gestação ao contar antes o sexo do bebê, só depois da apuração, ensina a sabedoria mineira. É certo, contudo, que Maia ganhou fôlego nos últimos dias, depois que PT e PMDB se acertaram para não brigar em público. Tanto que os caciques peemedebistas mudaram o foco da chantagem com o governo, em busca de mais cargos no segundo escalão. Passaram a falar sobre o valor do novo salário mínimo. Neste caso, o governo enfrenta até fogo amigo do PT. Mas, no caso da disputa na Câmara, é emblemática a postura do PMDB.
Marco Maia pôs o pé na estrada e nas próximas duas semanas vai visitar os estados que têm as bancadas mais numerosas. O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), vai usar o telefone para garantir a unidade peemedebista. Tucanos e democratas tendem a honrar o acordo da proporcionalidade, para garantir espaço na mesa diretora sem correr risco. O resto vai aderir para não ficar a ver navios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário