O governo está batendo cabeça nas negociações com as centrais sindicais em torno do aumento do salário mínimo e da correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. Ou está fazendo jogo de cena, agindo de propósito, para que a presidente Dilma Rouseff possa tomar uma decisão, depois de avaliar os vários balões de ensaio que estão lançados. Pode ser tão maquiavélico assim? Difícil saber. O certo é que há um nó para ser desatado. Ao mesmo tempo em que impõe austeridade absoluta nos gastos federais, Dilma não pode aumentar a conta para as prefeituras, que sofrem sempre que há aumento do mínimo, já que boa parte de seus funcionários recebem o piso. O cobertor é curto. Quando tampa a cabeça do trabalhador, deixa os prefeitos sentindo frio no pé.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que o governo esteja estudando a correção da tabela do Imposto de Renda. Bem, ele pode estar mal informado. Afinal, voltou ontem de nove dias de férias. E foi o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, quem deu a informação depois de se reunir com os sindicalistas. Certamente não teria feito isso sem o aval da presidente Dilma. O índice é que não foi combinado. Dificilmente reporia a inflação do período.
Já nas centrais sindicais dá para perceber um certo desânimo com os valores antes imaginados. Na contabilidade de hoje, os R$ 580 pedidos anteriormente são completamente descartados. Sem chance. Os R$ 560 que poderiam servir de meio-termo para uma negociação já tiveram mais chance. Até mesmo quem está na linha de frente das negociações assume que o arredondamento para R$ 550 pode ser a alternativa. Resta esperar pelos próximos dias e pelos sinais cifrados que o governo vai emitir.
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