Líderes indígenas do Alto Xingu entregaram ontem uma carta assinada por dezenas de entidades contrárias à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Depois de fazerem uma manifestação na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, que reuniu mais de 500 pessoas, dez representantes indígenas foram recebidos pelo secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência, Rogério Sotilli, e pelo secretário nacional da Articulação Social, Paulo Maldos. Detalhe: Lula havia prometido ao cacique Raoni que Belo Monte não seria construída, alagando 500 quilômetros de florestas e engolindo Altamira do mapa, mas pouco antes de deixar o governo, ao lado de Dilma deu, de bandeja, para as multinacionais o sinal verde.
No documento, que eles pediram para ser encaminhado à presidente Dilma Rousseff, os movimentos contrários à usina apontam "relações promíscuas" entre o setor elétrico do governo, "comandado atualmente pelo grupo Sarney do PMDB", e grandes empreiteiras, a maioria delas "grandes doadoras para campanhas eleitorais, inclusive as do PT e do PMDB".
A carta diz que os impactos social e ambiental da obra foram subestimados e que, se levada adiante, a construção causará sérios danos às populações ribeimovimento Xingu Vivo, Belo Monte terá uma reduzida capacidade de geração de energia. Eles pedem seu cancelamento definitivo. O cacique Ireo Kaiapó disse que, se a construção for mantida, haverá muito prejuízo para sua tribo:
— Se a barragem acontecer, vai ter problemas. Vai ter briga, morte, doenças, prejuízos. Onde o índio vai viver? Será que vai morar em Brasília? Não queremos.
Ao saber do protesto, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, indigenista desde criancinha (tanto que pinta o cabelo da cor da graúna!), e profundo conhecedor das minas e energia, argumentou que, se o país não puder construir hidrelétricas, que fornecem energia limpa e renovável, terá "que construir térmicas poluentes a custos muito mais elevados". O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquin, fez coro na defesa de Belo Monte e disse que a obra não terá impacto direto nas tribos. Cala a boca, Magda!!!
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