A presidente Dilma Rousseff tem perfil técnico - carisma zero. Isso todo mundo sabe, desde que era ministra de Minas e Energia e depois virou o braço direito de Lula no comando da Casa Civil e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Nos últimos dias, por total falta de habilidade política, está cozinhando o galo em fogo brando em suas iniciativas políticas. E quase não dá para perceber. Primeiro, adiou as indicações do segundo escalão do governo, evitando um incêndio da base aliada, em especial uma rebelião do PMDB, na eleição do petista Marco Maia (RS) para a Presidência da Câmara dos Deputados. Passada essa primeira zorra, continua com a caneta lenta. E, agora, quer apressar a votação do salário mínimo, para que ela não seja contaminada por eventuais insatisfações da base governista. Coitado do povão que votou na Dilma Vana...
De uma hora para outra, o novo salário mínimo – e o governo bate o pé nos R$ 545 – pode ser aprovado já na semana que vem. Pelo menos, é esse o desejo do Palácio do Planalto. A manobra inclui desistir de editar medida provisória e mandar um projeto para o Congresso. Os deputados da base se encarregariam de colocá-lo em regime de urgência, para permitir que ele possa furar a fila das medidas provisórias que trancam a pauta. Ainda é cedo para saber se a estratégia dará certo, mas é uma jogada política bem tramada.
Dilma sabe que a pressão pelo salário mínimo maior é grande, mas já conseguiu a adesão dos líderes dos partidos aliados ao governo na base do toma-lá-dá-cá. Exceção, é claro, para o PDT de Paulinho da Força Sindical (SP), que não pode abrir mão de sua bandeira e de seu passado. A semana que vem mostrará se a técnica Dilma se tornou uma aprendiz de política.
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