Nove horas da manhã de ontem. Primeira audiência do dia da presidente Dilma Rousseff. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, levou uma "sentada", por causa da campanha que seu partido faz em favor do salário mínimo de R$ 560, enquanto o governo bate o pé em R$ 545. Tudo bem que é o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, quem põe a cara para defender o piso maior, mas Lupi é o presidente licenciado do PDT, e aproveita pra dar uma de solidário. Depois de estar com Dilma, o ministro teve reunião com a bancada na Câmara dos Deputados. Chegou e perguntou: “Eu estou no governo, como é que fica?”. Quem fala o que quer, ouve o que não quer. Lupi ouviu que ele está no governo agora, mas é do PDT há 30 anos.
Era preciso encontrar uma saída, uma forma de que não houvesse vencidos nem vencedores no embate interno do PDT. Do lado de fora, a imprensa aguardava ansiosamente. A solução foi sob inspiração do PT. O PDT inventou uma espécie de “assembleia permanente”, coisa típica do PT, para não ser obrigado a anunciar uma posição. Mas a maioria dos votos será contra o governo. Lupi pode ter saído derrotado, mas não se deu por vencido. Passou a operar por telefone. Cada voto que conseguir virar na votação de hoje terá sido uma vitória. É aguardar pelo painel eletrônico da votação em plenário.
Por falar em painel eletrônico, a presidente Dilma Rousseff mandou o recado à base aliada na Câmara. Estará de olho nele na hora da votação. O porta-voz foi o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), mas, justiça seja feita, a ordem e o aviso vieram mesmo de Dilma. E deixou muita gente que estava louco de vontade de trair com medo. É que ficou claro o novo jeito de ser do Palácio do Planalto. Quem avisa, amigo é.
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