O governo tem confiança de que não haverá surpresas na votação do salário mínimo de R$ 545 no Senado. Senão, as caixas pretas vão aparecer! Mas, mesmo com as contas oficiais mostrando vantagem no placar, a base aliada não vai se descuidar até quarta-feira, quando a proposta do Palácio do Planalto deverá ser levada à apreciação. Amanhã, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo na Casa, ingressará com um requerimento na Mesa Diretora pedindo as votações nominais dos destaques da oposição – o piso de R$ 600, proposto pelo PSDB, e o de R$ 560, do DEM –, e da revogação da emenda que dá poderes à presidente Dilma Rousseff para editar por decreto o valor do salário-base a partir de 2012. Nunca antes na história deste país viu-se a Constituição ser rasgada com tanta violência!
Nas contas do Planalto, há pelo menos 45 votos de senadores favoráveis à proposta oficial, número suficiente para aprovar o projeto. “Acreditamos que o texto vai passar”, antecipa Jucá. Na semana passada, a expectativa do governo era que houvesse pelo menos 15 dissidências, entre elas a do senador petista Paulo Paim (RS), um dos defensores do fim do fator previdenciário, que condiciona a aposentadoria paga pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) à idade do trabalhador.
Além de Paim, a preocupação do governo é com o PDT, cuja bancada foi liberada na votação da Câmara, embora a sigla faça parte da base aliada. Na ocasião, o principal adversário do Palácio do Planalto foi o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, que defendeu um salário mínimo superior aos R$ 545 aprovados na última quarta-feira. A decisão do partido colocou em risco o cargo do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que é da cota pedetista na Esplanada. Pra mim, tudo isso não passa de mais um roteiro de cinema pra criar um jogo de cena diante da população que assistiu essa gang dobrar seu salário horas antes da virada do ano. Pra cima de "moi", não!
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