Depois de assegurar a eleição de Marco Maia (PT-RS) para a presidência da Câmara dos Deputados o governo agora enfrenta o dilema do novo salário mínimo. Não enfrentaram, contudo, nenhum problema para aumentar seus próprios salários na calada da noite! No país da incerteza jurídica, quer antecipar para 2014 o acordo que previa a correção do piso pela inflação mais a metade do crescimento do PIB. Este ano, por causa da crise de 2009, a parte do Produto Interno Bruto é zero. No ano que vem, o efeito é inverso, por causa do bom desempenho da economia no ano passado. Ora, se a economia foi tão bem assim porque então um salário de merda para o trabalhador? Tudo porque salário mínimo é assunto que dá holofote e todo mundo quer aparecer. O ex-presidente Lula, que estava cumprindo a promessa de ficar discreto, não resistiu. Condenou a mudança de regras. Mas elas virão, Lula! Se não agora, em 2014.
Como as regras no Brasil são perenes, os impasses surgem a todo instante. É o caso, por exemplo, do embate entre a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal, a respeito da convocação dos suplentes. A Câmara vai insistir pela ordem da coligação que saiu das urnas em outubro do ano passado. O Supremo tem concedido liminares dizendo que quem deve assumir é o suplente do partido, não da coligação, independentemente da ordem em que ele estiver na união dos partidos para a campanha eleitoral.
Tudo isso é fruto da falta de regras claras e permanentes, leia-se da bagunça política que assola o país. Quando o salário mínimo dá um passo atrás, o exemplo político dos suplentes deve servir como alerta. Melhor uma regra estabelecida na mão do que duas hipóteses voando à espera de uma decisão definitiva da Justiça.
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