Os deputados federais que deixaram o cargo no mês passado apresentaram uma conta salgada aos cofres públicos. Ao todo, 102 agora ex-parlamentares inflaram os gastos com verba indenizatória nos últimos dois meses de mandato: dezembro de 2010 e janeiro deste ano. Apenas com esses ressarcimentos, a Câmara desembolsou R$ 5,6 milhões — R$ 2,4 milhões a mais do que esses mesmos 102 ex-deputados receberam no período correspondente a 2009/2010. A maior parte das despesas refere-se à divulgação de balanços dos respectivos mandatos.
Pastor Manoel Ferreira (PR-RJ), Cássio Taniguchi (DEM-PR) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) foram os que mais aumentaram o percentual de gastos com a proximidade do término do mandato. Comparando-se os últimos dois meses na Câmara ao mesmo período de 2009/2010, as despesas do trio apresentaram uma variação no uso da verba indenizatória de 1.712%, 1.129% e 209%, respectivamente.
Os investimentos em publicidade do mandato de pelo menos 50 então deputados dobraram. A fatura elevada, segundo os agora ex-parlamentares, justifica-se pelo fato de, na época, estarem deixando o Parlamento. Sem assento na Câmara, perderam também boa parte da visibilidade política e do patrocínio público para a divulgação, em seus estados, do trabalho realizado em Brasília.
"Aproveitei aquilo que ainda tinha de verba indenizatória para divulgar tudo o que fiz como deputado. A Caixa Econômica Federal e os Correios fazem publicações que custam bilhões de reais ao governo. Deveriam ver o quanto o Executivo gasta em publicidade e o quanto nós gastamos. Nossas despesas são até baixas", compara Ernandes Amorim (PTB-RO), cujos ressarcimentos aumentaram R$ 65,6 mil (variação de 73%). O ex-deputado alega ter utilizado o dinheiro com publicidade em veículos impressos, rádio e tevê. Sacanagem, cara!
Além da divulgação parlamentar, há despesas com telefone, aluguel de carros e aviões, entre outras modalidades. A dois meses de deixar o mandato, o tucano Gustavo Fruet, por exemplo, consumiu R$ 25,8 mil apenas em serviços postais. Já o ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) utilizou quase R$ 10 mil com aluguéis de veículos, enquanto o petebista Ernandes Amorim contratou consultorias no valor de R$ 49 mil.
Isso tem que acabar!
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