Todo mundo sabe que são bem diferentes os estilos da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A primeira fixa metas, tem aula particular no palácio, trabalha com o preto no roxo, dá broncas e exige resultados sem ter idéia do que está rolando. O segundo age por instinto, “fica amigo em cinco minutos”, como diz o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que já tomou um esporro olímpico de Dilma. Muma terra de gente carente e com fome, Lula deu resultado. As bolsas escola e família foram apludidas pelo bolsão de pobreza Brasil a fora. Ele deixou o governo como o mais popular presidente da história do país. Mas deixou também uma herança maldita que Dilma terá de administrar com os “companheiro” do PT. Não é tarefa fácil, mas a convicção com que ela age, apesar da falta de conhecimento, e as metas ousadas que estabeleceu em privado mostram que disposição não falta para atingi-las. Sabe imbecil de iniciativa?
Dilma bateu o pé no salário mínimo de R$ 545. Insistiu e fez a base governista aprovar a medida provisória só com alguns “agradinhos” a mais. A resistência do Palácio do Planalto tem ligação com a inflação saindo meta virar um grande problema. E obrigou o Banco Central a aumentar a taxa de juros, que o mercado até que recebeu bem, já que a última pesquisa Focus indicou redução nas estimativas.
Aumentar juros é tudo o que Dilma não quer. Seu objetivo, o legado que ela quer deixar ao país, é fazer superávit nas contas públicas. Não o primário, que é calculado antes de entrar a conta dos juros pagos. É tarefa das mais difíceis, e nesse caso, quem paga somos nós. Primeiro, baixa o ritmo. Depois, economiza pra campanha. Difícil é combinar com o mercado e com os consumidores. Mas, por seu próprio temperamento e histórico, é certo que a presidente vai tentar.
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