“A águia pousou”, foi a célebre frase de Neil Armstrong quando o homem chegou, pela primeira vez, ao solo da Lua. “O tucano voou”. Ninguém disse a frase, mas é o que ocorreu ontem no encontro dos governadores do PSDB em Belo Horizonte. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) subiu o tom das críticas ao governo Dilma Rousseff, abriu a metralhadora giratória e dá sinais de que vai assumir, com mais ênfase, o papel de líder da oposição. O mesmo fez o presidente nacional da legenda, deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE), mostrando que a estratégia será seguida por todos os filiados. Tudo com o devido aval dos oito governadores que estiveram ontem reunidos em Belo Horizonte.
Não existe vácuo na política. O PSDB se aproveita da agonia do Democratas para assumir sozinho o papel de fustigar o Palácio do Planalto. O DEM está caindo aos pedaços, sofre com as defecções de seus filiados, atraídos pelo PSD, o novo partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e não consegue encontrar uma porta de saída para a crise. Bem, talvez ela esteja exatamente no ninho tucano. Já há conversas de uma eventual fusão do que restar do DEM com o PSDB. Afinal, o líder tucano Aécio Neves deu pitaco até na escolha do líder do partido na Câmara dos Deputados. ACM Neto (DEM-BA) ganhou a disputa interna com uma mãozinha generosa do mineiro.
Aécio sempre teve uma relação respeitosa com o ex-presidente Lula. O governador mineiro Antonio Anastasia também é próximo à presidente Dilma Rousseff. Amigos, amigos; no entanto, negócios eleitoreiros à parte.
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- Eduardo, infelizmente os atores da nossa política sempre acreditaram que quando seu espetáculo se torna desgastado a solução é mudar de palco. Na verdade a platéia não lhes interessa. Desde que as perspectivas dos seus interesses pessoais possam ser satisfeitas, não importa nem a presença de velhas raposas espúrias. De outro lado, acontecimentos como a pretensa mudança de comportamento de homens como Aécio não sensibilizam a maior parte dos cidadãos de bem. Precisamos, antes de mais nada, mudar nosso rumo político a partir de um inédito saneamento moral e ético. E para tanto só alcançaremos resultados a partir do expurgo definitivo do que há de ruim nos quadros do poder público. Não há outro caminho. Que dizer do sistema de Saúde entregue a um ministro evasivo e insensível? Que esperar de uma reforma Educacional quando na comissão específica da Câmara temos um palhaço analfabeto? Que esperar de uma reforma política entregue a raposas fétidas como Maluf?
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