Em Ouro Preto, Dilma Rousseff (PT) e o governador mineiro Antonio Anastasia (PSDB) voltaram a trocaram afagos. Desde Aécio Neves (PSDB) e Lula (PT) que a relação entre os dois mandatários tem sido marcada pela cordialidade. Cordialidade é bom, é verdade. Mas os investimentos prometidos por Dilma seriam ainda melhores.
Anastasia condecorou Dilma com o Grande Colar da Inconfidência. Finalmente ela emplacou o colar. Mineira de nascimento e coração, durante os anos de chumbo teve os seus dias de inconfidente - não se sabe em que posição ela jogou, mas... jogou! Dilma retribuiu com elogios ao governador e hipotecou apoio ao pleito na luta pelo marco regulatório da mineração. Cordialidades à parte, este é o quarto mandato em que o governador de estado é eleito em oposição ao presidente. Minas foi tratada a ferro e fogo durante os anos FHC, seja com Itamar Franco, então no PMDB, ou mesmo com Eduardo Azeredo (PSDB). Lula, pela excelente votação no estado, poderia ter feito diferente. Mas nem o Lulécio o motivou suficientemente: o estado recebeu mais oito anos de tratamento secundário.
Esta é a quarta visita de Dilma a Minas desde que tomou posse. Os mineiros têm expectativas. Aqui ela recebeu a sua segunda melhor votação no Sul e no Sudeste. Mas o apoio dos mineiros a projetos políticos capitaneados pelo PT está em declínio percentual, porque mineiro sabe das coisas. Em sua primeira eleição, Lula teve 66,45% dos votos no segundo turno. Na segunda, 65,19%. Dilma teve 58,45%. A Inconfidência caminha. Com ela Minas...
A presidente desembarcou em mau momento no estado. Recentemente, em visita à FIEMG, o presidente da Petrobras foi duramente criticado por ter desviado os investimentos da fábrica de acrílico que estava prometida para se instalar em MG. Anteontem, os milhares de mineiros que se dirigiam ao Espírito Santo ou ao Vale do Aço e Mucuri, provaram na carne o desleixo do governo federal. Rodovias entupidas e mal cuidadas.
A atual Inconfidência cresce na medida em que pleitos antigos como a conclusão e expansão do Anel Rodoviário, a expansão do metrô e do aeroporto, para ficar nestes, são postergados para dar lugar a investimentos muito mais caros e de retorno duvidoso como o trem-bala. Absurdo! Mas Dilma conhece os mineiros. Votos, digo, mineiros são muitos. Afinal, Minas são muitas. Inconfidências também.
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