Collor e Itamar junos novamente |
Dois ex-presidentes da República, dois ferrinhos de dentista no Senado. Enquanto as atenções se voltam para a votação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados, os senadores Itamar Franco (PPS-MG) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL) dão trabalho à base do governo. Itamar, usando o regimento com a experiência que adquiriu depois de tantos anos na Casa, conseguiu impedir a votação do projeto de decreto legislativo que aumentou, em uma grande fortuna, o repasse de dinheiro do Brasil para o Paraguai, dentro do Tratado de Itaipu. O governo pretendia votar o relatório da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) na tarde de ontem. Com a manobra de Itamar, terá que esperar, pelo menos, até amanhã. O que vai dar trabalho ao Palácio do Planalto e aos seus líderes no Senado. A matéria precisa de 41 votos dos senadores para ser aprovada. Ou seja, a base aliada terá que adiar a volta para casa.
Já o senador Fernando Collor de Mello, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Casa, queria segurar o projeto que trata do sigilo dos documentos oficiais. Pelas regras atuais, eles ficam 25 anos em segredo. Só que esse prazo pode ser prorrogado quantas vezes forem necessárias. O governo bate o pé e quer um limite. Collor argumenta que há documentos antigos que podem constranger as relações do Brasil com seus países vizinhos. Pelo jeito, o Brasil não nasceu tão grande como ficou, mas deixa para lá. O governo bateu o pé, e um pedido de regime de urgência do líder Romero Jucá (PMDB-RR) fará o projeto ir direto ao plenário.
O curioso na história é que o Caçador de Marajás da eleição de 1989 tinha como vice Itamar. E deu no que deu. Veio o impeachment de Collor, e o mineiro assumiu. Agora, os dois fustigam o governo.
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