Por Patrick Granja
No último domingo, bombeiros de vários quartéis do Rio de Janeiro se reuniram nas escadarias da Assembléia Legislativa para protestar. Além do reajuste de seus salários, considerados os piores do Brasil, a categoria exige a libertação dos 439 bombeiros presos no protesto da última sexta-feira. Na ocasião, cerca de 5 mil bombeiros ocuparam o quartel central da corporação exigindo que o gerente Sérgio Cabral negociasse com o movimento. No entanto, horas depois da ocupação, nenhuma posição foi tomada pelo gerenciamento estadual. Por volta das 6h da manhã, cerca de 150 policiais do BOPE e da tropa de choque invadiram o quartel disparando bombas, balas de borracha e até tiros de fuzil. Utilizando paus e mangueiras de água, os bombeiros resistiram corajosamente, mas foram cercados pela mais letal tropa da PM do Rio. A esposa de um dos bombeiros, que estava grávida, abortou. Horas depois, Sérgio Cabral foi à TV e chamou os bombeiros de “vândalos e criminosos” e prometeu mantê-los encarcerados. Em resposta, cerca de dois mil bombeiros passaram a noite em vários pontos do Rio e se reuniram na manhã desse domingo na porta da Assembléia Legislativa para protestar. Nossa equipe de reportagem esteve no local tanto no sábado quanto no domingo e acompanhou os depoimentos emocionados de bombeiros e de familiares dos presos.
Dentre as pessoas feridas na invasão do BOPE estava o bombeiro Rui Menegelli e sua esposa, Cleia, que abortou o filho que esperava. Ela estava dentro do quartel invadido e começou a sangrar durante o ataque da tropa de elite da PM. A maioria dos bombeiros presos foi transferida na manhã de sábado para um quartel na praia de Charitas, em Niterói. O resto dos grevistas prometeu ocupar o Centro do Rio a partir de segunda-feira até que todas as reivindicações sejam atendidas. Na tarde de domingo, quando nossa equipe voltava da manifestação, panos vermelhos podiam ser vistos nas janelas dos prédios e várias pesquisas de opinião apontavam o unânime apoio da população do Rio à justa luta dos bombeiros.
Como tudo neste país tem sido tratado politicamente, neste episódio o governador do estado depois de empurrar com a barriga deixa os soldados do Corpo de bombeiros fazerem um movimento pela discussão do reajuste salarial,
ResponderExcluirEste foi o erro do Goovernador gerentão. Multidão não tem chefe. A partir da invasão novamente faltou tato para a negociação. Logo a PM que tem tantos negociadores para tratar com bandidos, não soube lidar com gente do bem. Novamente o Gerentão querendo mostrar força, sem medir consequências anuncia medidas impactantes. 20 anos de prisão, etc.
Confronta a opinião públlica e permanece na mídia
Agora mesmo que tenha que voltar atrás a corporação fica debilitada. Uma pena o que aconteceu à uma das corporações mais acreditadas da PM do RJ
E o Governador, mais uma vez, falando besteira ...
ResponderExcluirEsse governador acabou de aprovar medida favorecendo negros e índios em concursos públicos para o Estado do Rio. Ele morde uns, assopra outros ... esse que hoje comemoram deveriam se envergonhar !!!
ResponderExcluirUm governador oportunista e extremamente arrogante ... vergonha do nosso Estado.
Desculpa, Brasil !
Por que o ato dos bombeiros cria um precedente perigoso
ResponderExcluirOs bombeiros assim como qualquer categoria têm o direito de pedir melhoria salarial, ocorre que por servirem junto com a PM, sob regime militar, lhes é vetado o direto à greve. Nos últimos dias o que tenho visto no Rio é um circo. Uma categoria que vem sendo “doutrinada” por políticos faz meses, chega ao ponto de rasgar sua lei militar, invadir um quartel, ocupar e inutilizar viaturas.
Ora, isso é inadmissível em um estado de direito. Imaginemos se médicos decidem fazer greve, invadir hospitais, furar pneu das ambulâncias e trancar as portas; E se um dia policiais em greve ocuparem os presídios e ameaçarem soltar os presos? Não obstante, teríamos ainda a possibilidade de Soldados do exército em greve, colocarem tanques para obstruir vias. Pergunto: Onde a sociedade vai parar? É esse o precedente que a sociedade deseja abrir com os bombeiros?
Para que não corramos esse risco há uma legislação militar que rege as FFA, Bombeiros e a PM. Independente de qualquer pleito salarial, ela tem de ser respeitada. No momento em que a sociedade permitir que essa lei seja ignorada, estará pondo em risco sua própria ordem.