Senhor Governador:
Dirijo-me ao senhor com respeito. O senhor talvez não goste do que escrevo – na condição de jornalista estou sempre fazendo críticas ao seu governo. Mas, repito, escrevo respeitosamente porque o senhor, por desejo do povo fluminense, ocupa o mais alto cargo executivo no estado em que vivo. Tenho, portanto, o dever de tratá-lo com deferência. Respeitando-o, respeito à vontade da população. Porém, senhor Governador, este dever não é só meu. Ele é também, e, sobretudo, seu. E o senhor está falhando.
O que se espera de um governante? Vou propor minha definição e acredito que o senhor concordará com ela. Espera-se que seja justo, criativo, honrado e tenha ao seu lado pessoas igualmente honradas. Quanto ao primeiro desses predicados, não sei de nada que desabone o senhor. Existem, é claro, comentários aqui e acolá levantadas pela mídia em geral, mas nada provado e, por conseqüência, é justo supor que o senhor até prove em contrário, seja um homem do bem.
Dirijo-me ao senhor com respeito. O senhor talvez não goste do que escrevo – na condição de jornalista estou sempre fazendo críticas ao seu governo. Mas, repito, escrevo respeitosamente porque o senhor, por desejo do povo fluminense, ocupa o mais alto cargo executivo no estado em que vivo. Tenho, portanto, o dever de tratá-lo com deferência. Respeitando-o, respeito à vontade da população. Porém, senhor Governador, este dever não é só meu. Ele é também, e, sobretudo, seu. E o senhor está falhando.
O que se espera de um governante? Vou propor minha definição e acredito que o senhor concordará com ela. Espera-se que seja justo, criativo, honrado e tenha ao seu lado pessoas igualmente honradas. Quanto ao primeiro desses predicados, não sei de nada que desabone o senhor. Existem, é claro, comentários aqui e acolá levantadas pela mídia em geral, mas nada provado e, por conseqüência, é justo supor que o senhor até prove em contrário, seja um homem do bem.
E por isso revolvi escrever. Não acho justo o que está acontecendo com o s bombeiros do RJ. Apelo para sua consciência e pergunto-lhe: como pode um pai de família sobreviver com 900 reais, numa cidade como o Rio de Janeiro? Não é possível que um homem que salva a vida dos outros, seja tão desvalorizado e depreciado. Isto é sério! A escravidão já acabou há muitos anos, e se o Estado não valorizar seus homens quem irá valorizá-los? Dizer que herdou essa situação de outros governos também não funciona.
Porque razão o senhor governador não foi pessoalmente negociar com seus homens, ao invés de mandar o BOPE? Eles estavam no quartel dos bombeiros - onde mais eles poderiam exercer os seus direitos de indignação? A intransigência do Estado tomou conta e deu lugar ao porrete. Resultado: deu no que deu. O Estado prendeu 439 bombeiros como se fossem criminosos. Em minha opinião, um verdadeiro absurdo, uma humilhação olímpica governador! Peralá, eles estavam no limite do estresse e deveriam ser respeitados.
A população que o elegeu ainda pode torcer para que o senhor a surpreenda com uma gestão ágil e imaginativa, digna de um homem público que tem estatura, maturidade e visão larga. Refiro-me evidentemente à política de segurança pública como um todo, da qual os bombeiros fazem parte.
Pense na honra desses homens! A honra... bem, honra é difícil de ser definida, trata-se de uma qualidade moral extremamente sutil; muito frágil. Ela não reside nos nossos atos, ainda que estes sejam conseqüência direta de sermos ou não homens honrados. Em outras palavras a honradez é um patrimônio da alma. Portanto, estamos diante de matéria imponderável, da qual só podemos falar se estabelecermos alguns critérios que assim, como o mercúrio de um termômetro, nos ajude a constatar sua presença em nosso caráter.
Eis o mercúrio: um governador honrado, por exemplo, é aquele que tem a capacidade de entender e perdoar os seus servidores. E neste teste senhor governador o senhor está mostrando certa dificuldade em passar nos exames. Ainda é tempo, governador. Deixe que os bombeiros voltem para suas casas e estabeleça um diálogo inteligente. Pare e pense!
Atenciosamente,
Eduardo Homem de Carvalho
Pense na honra desses homens! A honra... bem, honra é difícil de ser definida, trata-se de uma qualidade moral extremamente sutil; muito frágil. Ela não reside nos nossos atos, ainda que estes sejam conseqüência direta de sermos ou não homens honrados. Em outras palavras a honradez é um patrimônio da alma. Portanto, estamos diante de matéria imponderável, da qual só podemos falar se estabelecermos alguns critérios que assim, como o mercúrio de um termômetro, nos ajude a constatar sua presença em nosso caráter.
Eis o mercúrio: um governador honrado, por exemplo, é aquele que tem a capacidade de entender e perdoar os seus servidores. E neste teste senhor governador o senhor está mostrando certa dificuldade em passar nos exames. Ainda é tempo, governador. Deixe que os bombeiros voltem para suas casas e estabeleça um diálogo inteligente. Pare e pense!
Atenciosamente,
Eduardo Homem de Carvalho
Acho que vc foi muito diplomata, um absurdo o que está acontecendo com os bombeiros.
ResponderExcluirBelo comentário, Eduardo !!!
ResponderExcluirO Sérgio Cabral, a exemplo de outros políticos birrentos (Serra, Garotinho, et caterva), que não são capazes de olhar além do próprio orgulho e vaidade. Absolutamente sem consciência.
ResponderExcluirToda ação recebe uma reação igual e contrária. Qdo a prisão dos 36 aconteceu, todos ficamos desolados, pensamos que o movimento fosse acabar, como cabral pensou.
ResponderExcluirMas existe uma força no interior dos Bombeiros, vinda do treinamento, ao enfrentar um mar revolto ou um incêndio monstruoso. NENHUM PASSO DAREMOS ATRÁS. Pensamos inicialmente que com a prisão dos 439, tudo tinha acabado, mas a visão de um Bombeiro é não dar um passo atrás. O movimento está ganhando proporções por enquanto nacionais.
Veremos agora qual será o próximo passo do cabral. A sobrevivência política dele dependerá dele próprio.
Belo artigo.
Já tive a minha vida salva por bombeiros, estou profundamente triste com tudo isso...Rodrigo
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