A presidente Dilma Rousseff está numa encruzilhada. Se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come. Tanto que ela cancelou compromisso que teria ontem em São Paulo e correu para o Paraguai antes da hora marcada. Dilma mandou avisar aos deputados e senadores que não vai prorrogar as emendas parlamentares ao Orçamento de 2009, que estão na rubrica de restos a pagar. A reação no Congresso foi imediata. Se Dilma correr com as emendas, o bicho pode pegar nas votações em plenário. E algumas delas atingem em cheio os cofres federais. Se ficar com a base aliada, é o mercado financeiro que pode entender como uma capitulação em relação aos seguidos sinais de austeridade fiscal que o governo tem tentado dar. O que fazer então? Nada. Se vira! Quem não tem competência, não se estabelece!
Se depender dos líderes da base aliada que estiveram ontem reunidos com a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, na casa do peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN), não há outro caminho. A prorrogação dos restos a pagar é uma unanimidade, inclusive das obras ainda não iniciadas, por causa de burocracia não cumprida pelas prefeituras ou de licitações contestadas na Justiça. O recado foi claro e objetivo e mesmo entre alguns parlamentares ligados ao Orçamento mais fiéis ao Palácio do Planalto a tendência é tentar convencer a presidente a aceitar a reivindicação.
É assim que o Congresso funciona. Principalmente quando tem a faca da PEC-330, que dá aumento a policiais civis e militares e bombeiros em todo o país, em uma mão e o queijo da Emenda 29, que estoura o caixa dos gastos em saúde, na outra. A pressão é grande e não será nada fácil segurar. Até porque Dilma não tem outras compensações a oferecer aos parlamentares, já que as nomeações também estão em banho-maria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário