A compra da Webjet pela Gol, anunciada ontem pelas duas companhias, pode ser encarada como fato normal do mundo corporativo, em que o processo de consolidação das posições de mercado empurra as empresas a uma corrida permanente pela absorção de parcelas da clientela em poder de concorrentes. Mas, com certeza, não é uma boa notícia para o consumidor, pelo menos no país das roubalheiras - o Brasil! O crescimento explosivo do mercado brasileiro de aviação civil, principalmente do transporte de passageiros (expansão de 22% em 2010), não tem sido acompanhado por avanços na qualidade do serviço. Pelo contrário, além da baixa qualidade dos aeroportos, o consumidor é maltratado com atrasos, overbook e cancelamentos de voos sem qualquer aviso prévio. Mesmo os preços, apesar do aumento dos ganhos de escala, somente baixam quando surge uma guerra de descontos e promoções. Em grande parte, isso se deve ao domínio quase total (80%) do mercado por apenas duas companhias aéreas. E não será com a redução do número de concorrentes que o usuário terá melhor serviço. Pelo contrário!
Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que, em maio, a TAM transportou 44,43% de todos os passageiros embarcados em voos domésticos. A Gol vem em segundo lugar com 35,39%. Esse quadro tem se mantido com poucas alterações nos últimos anos e só o surgimento de operadoras de pequeno porte pode trazer alguma esperança de mais conforto e melhor preço pela via do acirramento da concorrência. Por enquanto, apenas os 20% restantes do mercado de passageiros é ocupado por pequenas empresas, algumas de âmbito regional. Entre elas vêm crescendo a Azul, com 8,07% do mercado, a Trip, com 3,05%, e a Webjet, com promissores 5,16% Ou seja, se a Gol realmente fechar a compra dessa pequena concorrente terá aumentada para 38,44% a sua fatia do bolo. Ainda assim continuará menor do que líder TAM, o que sugere novas investidas sobre o controle das concorrentes. Aliás, o fundador da Gol Nenê Constantino continua em prisão domiciliar em sua mansão no lago sul de Brasília, acussado de mandante de dois assassinatos, um dos quais do próprio genro... Não é a toa que ele se chama Nenê de tão puro!
Por esses números, parece pouco provável que a Anac ou mesmo órgãos encarregados de evitar a formação de monopólios no país, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça, possam impedir a negociação, já que ela não dará à compradora condição de impor preços ao mercado. Então fecha a porra da ANAC do Cade e da PQP! Mas, consumada a compra, fica ainda mais difícil a influência das pequenas companhias aéreas, por meio de suas promoções às vezes agressivas, na baixa generalizada dos preços e, pior ainda, na qualidade dos serviços. Resta ao consumidor, da senzala, a expectativa de que os formuladores de planos oficiais percebam a necessidade de apoiar com crédito e outros incentivos o fortalecimento da concorrência no mercado doméstico de aviação civil. Enquanto isso, será bem-vindo o reforço na fiscalização das autoridades, com punição imediata e mais severa dos abusos e da falta de respeito com são tratados aqueles que deveriam ser o foco do serviço: os que pagam os bilhetes.
CARO EDUARDO
ResponderExcluirNESTE BRASIL VARONIL TEMOS UM GOVERNO QUE FINGE QUE TRABALHA PARA O POVO, FINGE QUE DEFENDE O POVO CONTRA OS MAUS EMPRESÁRIOS MAS ANTENADO SEMPRE EM AGRADAR O SETOR FINANCEIRO E OS GANANCIOSOS DE PLOANTÃO.
SABEMOS O INÍCIO DESTA HISTÓRIA MAS NUNCA SABEREMOS SEU FINAL ENQUANTO MUITOS DOS BRASILEIROS CONTINUAREM VOLTADOS PARA SEU UMBIGO.
SÓ UNINDO, JUNTANDO E MISTURANDO CONSEGUIREMOS SER OS TIMONEIROS DESTA GRANDE NAÇÃO!!!!!!