Tem toda a razão o jurista Fábio Konder Comparato ao criticar a decisão do governo brasileiro de não cumprir a sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos que condenou o Brasil pela falta de investigação sobre os crimes cometidos por agentes do Estado durante a Guerrilha do Araguaia (1969-1972). No julgamento, em novembro, os juízes do tribunal vinculado à Organização dos Estados Americanos (OEA) também declararam que a Lei de Anistia brasileira (Lei 6.683/1979) não pode impedir a punição dos torturadores, contrariando decisão tomada meses antes pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para Comparato, a recusa em cumprir sentença de tribunal internacional, cuja jurisdição foi oficialmente aceita de modo geral e tacitamente confirmada no processo pertinente, configura flagrante desrespeito ao princípio do Estado de direito e põe o país em estado de aberta ruptura com a ordem jurídica internacional. Uma coisa é certa: por trás deste imbróglio chamado Guerrilha do Araguaia há realmente muito a esclarecer, mas é preciso interesse político para tal. Quem sabe um dia nossos netos tomarão conhecimento do que houve naquele pedaço de selva brasileira, em plena ditadura militar? O resto é puro diz que diz.
Quem recebeu os arquivos quando Ministro(a?) da Casa Civil e hoje "comanda" o Brasil sob as rédeas de Lula sabe muito bem o que fizeram os "camaradas de armas" e também prefere o sigilo. Tem culpa no cartório, como todos os envolvidos na absurda e desnecessária "guerra/guerrilha".
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