Agora que a presidente Dilma Rousseff iniciou uma faxina no Ministério dos Transportes e nos órgãos a ele vinculados, é boa a oportunidade para ela injetar ali boas doses de eficiência, se bem que essa palavra nã existe no dicionário dela. Há anos o país se ressente da deterioração da infraestrutura de transportes e os últimos governos têm sido acusados de não investir o suficiente no setor. De fato, quem anda pelas rodovias federais, especialmente as que cortam Rio/Minas (maior malha do país), não tem motivo para se orgulhar do país em que vive. Pelo contrário, a maioria das estradas foi construída há mais de 40 anos, quando a frota de carros e caminhões era muitas vezes menor e a capacidade dos veículos de desenvolver velocidade e transportar carga era muito inferior à atual. A maioria das nossas rodovias tem ainda as mãos de direção divididas apenas por uma faixa de tinta no piso, o que ajuda a aumentar o número de colisões frontais, as mais perigosas e que mais contribuem para engrossar as estatísticas macabras que envergonham o país.
Mas o dinheiro roubado do contribuinte destinado a bancar projetos de duplicação de rodovias, atualização de pontes, correção de curvas, melhoria e conservação da sinalização, além de melhorias em vias urbanas, nem sempre é tão inexpressivo quanto os resultados que o ministério e seus órgãos apresentam.
Um levantamento da ONG Contas Abertas, especializada no acompanhamento da diários da execução orçamentária da União, tomando apenas informações oficiais, descobriu que, embora as dotações constassem do Orçamento Geral da União e tivessem sido liberadas pelo Tesouro, nada menos que R$ 47,8 bilhões deixaram de ser aplicados. O Ministério dos Transportes simplesmente não conseguiu aplicar mais do que 57% dos R$ 110,8 bilhões disponibilizados para ele e seus órgãos. O melhor desempenho nesses nove anos e meio se deu no ano passado, sob forte pressão do calendário eleitoral, quando foram utilizados 78% dos R$ 17,5 bilhões orçados.
Esses números mostram não apenas que o país tem investido mais do que parece como é perfeitamente possível fazer as verbas renderem muito mais do que a média dos anos anteriores, como comprova o total realizado no ano das eleições. Mas a presidente precisa agir rápido, se bem que rapidez é uma palavra que não tem no dicionário dela. Para este ano, estão orçados R$17,1 bilhões e já foram pagos R$ 6,1 bilhões do total. Mas, desse montante, apenas R$ 1 bilhão pagou obras novas, enquanto mais de R$5 bilhões foram restos a pagar de contas dos anos anteriores. A Copa do Mundo está cada dia mais próxima e, mesmo sem ela, a condição das rodovias é precária. Somente no RJ, qualquer um que precisa transitar em certas direções sabe na ponta da língua quais os gargalos mais antigos e, talvez por isso mesmo, mais sangrentos: entre Juiz de Fora e Belo Horizonte campeão do país que abriga o famoso viaduto das Almas, que já matou centenas de pessoas; além, é claro, do sempre perigoso Anel Rodoviário de BH. Sou mineiro e quando passo por lá sinto-me num "circo dos horrores". É apenas a parte mais famosa da lista de razões dos mineiros para aplaudirem as mudanças.
CARO EDUARDO
ResponderExcluirFAXINA COM ESPANADOR TIRA A POEIRINHA DE CIMA. O QUE QUERO VER É A PRESIDENTE USAR O DESENTUPIDOR E EXTIRPAR DE VEZ A CROSTA FÉTIDA QUE CONTINUA NOS CANOS FINANCEIROS DO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES E SEUS ADJACENTES.
Marisa Cruz