Em artigo n'O Globo, Carlos Nejar - advogado, procurador de Justiça aposentado e imortal da ABL - diz que atualmente há um nefasto distanciamento dos magistrados com os advogados, fato que irá piorar ainda mais com a ideia de tornar virtuais os julgamentos. O acadêmico observa que os magistrados jovens, com raras exceções, parecem munidos de terror, parcimônia e oficialidade, agindo sob a égide da falsa imparcialidade. Nesse sentido, mostra-se mais fácil, paradoxalmente, falar com um ministro ou um desembargador do que com um juiz de primeira instância. Essa desumanização do Direito, segundo ele, conduzirá para longe o conflito dos homens e a sensibilidade dos processos.
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Comentário do jornalista Flávio Guimarães de SP
Beber da fonte da sabedoria é um privilégio. Carlos Nejar confere, com sensibilidade e raro talento, opinião pessoal à letra fria dos códigos. Para obter tal resultado, vale-se da condição de advogado, procurador de Justiça aposentado e imortal da Academia Brasileira de Letras. Uma feliz composição que permite a ele falar com propriedade do traço justo da lei, sem perder a elegância do estilo e o poder de observação que os literatos têm da vida em seus mínimos detalhes. A informatização da Justiça é desejável no sentido de agilizar processos e permitir, por exemplo, que as partes acompanhem, online, o trâmite processual, com isenção e transparência. Um clique, um número, mais um clique e pronto. Na tela, as informações que, de outra forma, demandariam a presença física dos interessados em checar detalhes de natureza burocrática. E gasto de tempo, naturalmente. A modernidade tem suas vantagens. No entanto, não pode, jamais, como observa sagazmente Nejar, conduzir à desumanização do Direito. O temor do magistrado-literato é justo, perspicaz e tem a voz do coração. Afinal, somos seres humanos. E assim deveremos continuar. Informatizados ou não. |
Beber da fonte da sabedoria é um privilégio. Carlos Nejar confere, com sensibilidade e raro talento, opinião pessoal à letra fria dos códigos. Para obter tal resultado, vale-se da condição de advogado, procurador de Justiça aposentado e imortal da Academia Brasileira de Letras. Uma feliz composição que permite a ele falar com propriedade do traço justo da lei, sem perder a elegância do estilo e o poder de observação que os literatos têm da vida em seus mínimos detalhes. A informatização da Justiça é desejável no sentido de agilizar processos e permitir, por exemplo, que as partes acompanhem, online, o trâmite processual, com isenção e transparência. Um clique, um número, mais um clique e pronto. Na tela, as informações que, de outra forma, demandariam a presença física dos interessados em checar detalhes de natureza burocrática. E gasto de tempo, naturalmente. A modernidade tem suas vantagens. No entanto, não pode, jamais, como observa sagazmente Nejar, conduzir à desumanização do Direito. O temor do magistrado-literato é justo, perspicaz e tem a voz do coração. Afinal, somos seres humanos. E assim deveremos continuar. Informatizados ou não.
ResponderExcluirOlá!!! AMO vir aqui.
ResponderExcluirVocê poderia inserir aquele botão
do facebook para que possamos
compartilhar seus excelentes textos,
o que acha?
obrigada desde já.