Só o fato de ter que avisar é motivo suficiente para muita gente ficar com a pulga atrás da orelha. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de dizer que só há uma hipótese de a presidente Dilma Rousseff não concorrer à reeleição em 2014: "É ela não querer". Como muita água ainda terá que rolar debaixo da ponte que leva às próximas eleições presidenciais, Dilma pode não querer. Lula, no entanto, é taxativo. "Eu vou dizer uma coisa de forma categórica: o Brasil tem uma candidata em 2014 chamada Dilma. Ela é presidente do país, vai fazer um governo extraordinário", disse o petista, acrescentando que já cumpriu a sua tarefa. É, pode ser.
Só que o Brasil teve outro presidente que pediu que esquecessem o que ele tinha escrito quando era apenas um sociólogo. E foi Fernando Henrique Cardoso, que não apenas rezou na cartilha de um governo avesso às suas teses socialistas de outrora como fez questão de aprovar a emenda permitindo a reeleição para continuar quatro anos no poder. Lula também pode, dependendo do cenário político em 2014, pedir que esqueçam o que ele disse antes. E, não custa repetir, Dilma pode não querer.
O exercício da futurologia na política nem sempre é um bom caminho. Lula diz que a política "é uma doença de que a gente gosta" e é sincero quando admite isso. Está no sangue que corre em suas veias. Como também faz parte de seu estilo cutucar os adversários. Não é à toa que ironizou as declarações de José Serra, que, em entrevista ao jornal espanhol El País, levantou a possibilidade de Lula voltar a se candidatar: "Serra deveria falar pelo PSDB, ele não está conseguindo resolver com Aécio e quer resolver o problema do PT?". Foi direto ao ponto. Bem ao estilo da época de Fernando Collor de Mello na Presidência: bateu, levou.
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