Foi tiro e queda. Ontem, alertei para a volta da CPMF, diante da disposição da maior parte da base governista no Congresso de votar o projeto que regulamenta a Emenda 29 e aumenta em bilhões de reais os gastos de estados e da União com o setor. Só no governo federal, o cálculo é de uma despesa extra de R$ 11 bilhões. Não é a toa que a presidente Dilma Rousseff não perdeu tempo e já mandou o recado, bem ao seu estilo. Avisou que não aceita “presente de grego” do Congresso. Presente de grego só para o povo que votou nela!Sinal de que é realmente alto o risco de os partidos aliados ao Palácio do Planalto aproveitarem o apelo do projeto para mandar recado ao governo. Afinal, a saúde é o calcanhar de Aquiles de qualquer instância da gestão pública, do município, passando pelo estado até chegar ao governo federal.
O problema é que o desgoverno sabe que se ficar o bicho come. Se correr o bicho pega. Completamente fora de controle, depois das denúncias que atingiram vários partidos, a base aliada ao Palácio do Planalto anda doida para dar o troco no governo. O problema é que o cobertor é curto para brincar com fogo no momento em que o mundo enfrenta uma grave crise econômica. Tanto que, enquanto os nobres parlamentares pretendem aumentar os gastos públicos, a presidente Dilma mandou que fossem economizados mais R$ 10 bilhões para fazer superávit primário maior. A ideia é economizar no Orçamento para poder reduzir os juros e aquecer o mercado interno, para manter o crescimento. Só se for o crescimento do nariz dela...
Só que deputados e senadores de vários partidos aliados fingem que não estão vendo a crise e se preocupam muito mais com seus próprios interesses do que com o futuro do país. A insatisfação vai além das denúncias de corrupção. Passa também pela paralisia nas nomeações dos cargos de segundo e terceiro escalões e pela demora na liberação das emendas parlamentares.
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