Drª Patrícia, que Deus a tenha... |
A execução da juíza Patrícia Acioli, quando voltava sexta-feira para casa em Niterói (RJ), depois de mais um dia em que assinou sentenças contra o crime organizado, inclusive o pior deles - formado por milícias estruturadas por policiais que agem como bandidos -, é mais uma crônica de morte anunciada. Afinal, ela tinha cometido pelo menos dois "erros" muito graves. O primeiro foi o de levar a sério sua missão de aplicar a mão pesada da lei, num país em que há sempre um jeito de compor as coisas a favor do marginal, contra a sociedade. Será que a Drª Acioli não sabia que é muito difícil se ter razão num país onde não existe justiça? O segundo foi achar que contaria com o apoio e a proteção dos eleitos por essa mesma sociedade para, entre outros afazeres, punir os desonestos e dar ao cidadão comum a certeza de que o trabalho honesto vale mais a pena do que o crime e a safadeza. Ora, o próprio poder judiciário se encontra na rabeira das pesquisas de opinião pública, por que?
Ela desconsiderou que, hoje mais do nunca, a versão do sucesso construída pelo marketing vale para os políticos muito mais do que o fato. E o fato é que o Rio de Janeiro, a cidade mais amada pelos brasileiros, ainda é vítima de longos anos de convivência espúria e troca de favores entre as autoridades dos três poderes e o crime organizado. Um não vive sem o outro, não existe poder paralelo porque num determinado momento eles se juntam. O poder acumulado pelo tráfico e pelas milícias, que dominam os morros da Cidade Maravilhosa e o anel de pobreza que a circunda, não teria como chegar ao ponto em que está sem o apoio ou as vistas grossas da autoridade judiciária. A verdade é que as balas que mataram a juíza Acioli tinham mais do que a intenção de eliminar uma pedra no caminho do crime organizado. Buscaram desmoralizar ainda mais a Justiça.
Para começar, os autores dos disparos não tiveram a preocupação de usar armas compráveis por civis. Os calibres encontrados - 45 e .40 - são de armamentos exclusivos da polícia e das Forças Armadas. Pode ter sido uma tentativa de incriminar a autoridade, ou um aviso de que os matadores nada têm a perder, nem mesmo a Justiça, já que contariam com proteção bem mais eficiente do que a oficial, que, aliás, falhou com a juíza. Essa é uma dúvida que compete ao governo fluminense esclarecer rapidamente. Do contrário, perderá a confiança da sociedade, que terá a sensação de que o combate ao crime organizado está corrompido.
Tem mais. Mesmo que as armas que mataram a juíza tenham sido roubadas de algum arsenal público, entre as sentenças que levaram a magistrada à morte há uma coleção de casos envolvendo policiais bandidos e esse não é um detalhe menor. Quem usa as armas que a sociedade lhe confiou para extorquir e até matar o cidadão que deveria proteger não pode ser tratado como um criminoso comum. Pior ainda quando faz calar quem batia o martelo da lei contra o crime. Traiu a confiança da população e desonrou os colegas honestos de farda. Além do direito de defesa, não lhe deve caber atenuantes ou tratamento privilegiado. E que cumpra exemplar punição. Ah, a versão de crime passional também não pode ser descartada! Afinal a magistrada já havia sido espancada pelo 1º marido, um policial militar.
Tem mais. Mesmo que as armas que mataram a juíza tenham sido roubadas de algum arsenal público, entre as sentenças que levaram a magistrada à morte há uma coleção de casos envolvendo policiais bandidos e esse não é um detalhe menor. Quem usa as armas que a sociedade lhe confiou para extorquir e até matar o cidadão que deveria proteger não pode ser tratado como um criminoso comum. Pior ainda quando faz calar quem batia o martelo da lei contra o crime. Traiu a confiança da população e desonrou os colegas honestos de farda. Além do direito de defesa, não lhe deve caber atenuantes ou tratamento privilegiado. E que cumpra exemplar punição. Ah, a versão de crime passional também não pode ser descartada! Afinal a magistrada já havia sido espancada pelo 1º marido, um policial militar.
Por fim, além do resgate da absoluta autoridade de que é indispensável gozar a Justiça, as balas atiradas contra a juíza fluminense deveriam levar lideranças de todo o país a refletir sobre o preço da leniência com o crime. Nisso, o Rio pode estar pior, mas não está sozinho.
CARO EDUARDO
ResponderExcluirE CONTINUAMOS VENDO GOVERNO FEDERAL E SEUS MINISTROS INDIGNADOS COM AS FOTOS E ALGEMAS DAQUELES QUE ESTÃO ENVOLVIDOS DIRETA OU INDIRETAMENTE NA USURPAÇÃO DE NOSSO DINHEIRO E NENHUMA PALAVRAS SOBRE ESTE ASSASSINATO!!!!
POBRE BRASIL DE GOVERNANTES DE POUCA EVOLUÇÃO ESPIRITUAL!!!!
Marisa Cruz
Estão matando Magistrados, que dirá o que acontece com os plebeus de hoje que na prática ainda não possui direitos como naquela época Romana.
ResponderExcluir@serginhomlima
Caso terrível esse. A verdade deve ser dita, apesar de ser muito dolorosa.
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