Se alguém gritar no plenário do Congresso: “Atire a primeira pedra quem não nunca pegou uma carona de avião”, é bem provável que haja, com raríssimas exceções, um silêncio sepulcral. Afinal, o AeroLula, agora AeroDilma, sempre levou de carona parlamentares dos locais visitados pelo ex-presidente e pela presidente Dilma Rousseff. Inconveniente? Não, o avião já iria mesmo. Já carona em jatinhos de executivos de empresas com negócios no governo são outros quinhentos. Fica difícil separar o joio do trigo e o jogo de interesses é muito grande. A corrupção decola nas pequenas faltas. Talvez a carona seja uma delas, mas abastece no ar o que está por vir no futuro.
O custo de uma viagem é café pequeno para os parlamentares pagarem. E é uma agulha no palheiro de desvios de recursos públicos nas grandes obras, nos convênios fictícios, nas emendas parlamentares ou dos próprios ministérios para entidades fantasmas. O ralo é muito maior e tem aberturas em várias áreas da administração pública, não apenas no governo federal, mas também nos estados e municípios, mesmo os menores e pobres. É dinheiro que o contribuinte paga com o suor de seu trabalho e deixa de melhorar a vida das pessoas, nas grandes cidades ou nos rincões pelo país afora. Basta ver a quantidade de ministérios envolvidos nas últimas denúncias, passa pelo Turismo, pega carona nos Transportes, se alimenta na Agricultura e por aí vai.
A cidade de Nova York só conseguiu reduzir seus altos índices de criminalidade depois de implantar uma política de tolerância zero contra ela. O Brasil deveria implantar um programa de tolerância zero contra a corrupção, câncer que assola a administração pública. Só que o primeiro passo seria implantar a impunidade zero. Será apenas um sonho?
Puro sonho...
ResponderExcluir