Varre, varre vassourinha. Ontem, por coincidência, completaram-se 50 anos da renúncia do presidente Jânio Quadros. Ele teve uma carreira meteórica. Foi prefeito de São Paulo em 1953, virou governador paulista no ano seguinte e se elegeu para a Presidência da República em 1960. Sempre com a mesma estratégia de marketing, a vassourinha para varrer a corrupção do país. Hoje, a história se repete. A corrupção, embora as denúncias se multipliquem a cada dia que passa, continua sendo varrida. Só que para debaixo do tapete. Os partido fazem de conta que o problema não é deles. E toma varre, varre, vassourinha.
A presidente Dilma Rousseff até que tentou. Foi implacável com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, depois que surgiram denúncias de superfaturamento de obras na pasta e de licitações dirigidas. O PR está de bico até hoje por causa disso. Até declarou independência do governo. Outros casos apareceram. Só que, desta vez, tinha uma pedra no meio do caminho. Não dá para pegar a vassourinha e varrer o PMDB da base de sustentação do governo. Os peemedebistas foram a segunda maior bancada na Câmara dos Deputados e a maior no Senado. São votos de que o Palácio do Planalto não pode abrir mão.
O jeito é tirar o pé do acelerador. Não dá para repetir Jânio Quadros, que renunciou à Presidência, pegou o carro e acelerou para São Paulo. Esperava voltar nos braços do povo, mas acabou varrido do cargo e jogou o país em uma crise política, que culminou com o golpe militar de 1964. Aí, foi a vez de a democracia ser varrida da vida nacional.
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