Caiu a ficha da oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Pelo menos, entre os tucanos. Eles chegaram à conclusão de que não adianta fustigar o Palácio do Planalto em clima de tocaia. Perceberam, por exemplo, que convocar um ministro atrás do outro, a cada denúncia de corrupção publicada na imprensa, gerou efeito contrário. Não abalou a imagem de Dilma. Pior, passou a impressão para a opinião pública de que a presidente estava empenhada em fazer uma faxina no governo. O tiro saiu pela culatra. Quanto mais a oposição batia, mais ela capitalizava. Melhor mudar de estratégia.
O problema é que estratégia seguir. Foram tantos os ministros convocados a dar explicações no Congresso que, no fim, nenhum deles ficou marcado. Os escândalos se multiplicam, mas não têm a força de um mensalão, por exemplo, que chocou o país. É uma viagem com diárias aqui, uma verba destinada a bases eleitorais de quem tem a caneta para liberá-la ali, porém nada capaz de chamar a atenção dos eleitores, nada que os faça prestar atenção. É com esta sensação de que se ficar o bicho come, se correr o bicho pega que os tucanos tentam encontrar um outro caminho.
Não é à toa que o PSDB pretende fazer, no início de outubro, um grande seminário para mostrar um novo jeito de fazer oposição. Os tucanos sabem que, do jeito que está, não vão conseguir sair do lugar. A blindagem econômica do governo vem da época do presidente Lula no poder. A política vem da grande maioria no Congresso e da imagem de implacável com os corruptos que Dilma passou. Parece um beco sem saída, mas a oposição tenta reencontrar seu caminho. Não pretende repetir ações raivosas que marcaram a atuação do então senador Artur Virgílio (PSDB-AM). O difícil é saber como romper a barreira que hoje deixa o governo protegido. Ainda mais se o Brasil, como parece, passar ileso sobre a crise econômica que atinge a Europa e os Estados Unidos. Não foi à toa que o Banco Central baixou a taxa de juros.
Grato Eduardo, seu texto é muito coerente com a situação corrente. Houve um disperdício de boa munição. Tantos casos foram colocados ao menos tempo que uma caso misturou com o outro tal qual frutas em uma salada de frutas. Ao final, o advewrsário saiu fortalecido. Vamos continuar aprendendo na base da tentsativa e erro? Ninguém, na oposição, sabe pensar estrategicamente?
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