Pouca gente – são raríssimas as exceções – gosta de ser síndico de prédio. Imagine agora ser obrigado a administrar o condomínio de partidos que integra a base de sustentação do governo no Congresso. É preciso ter fôlego de gato. Que o diga a presidente Dilma Rousseff. O PMDB, por exemplo, tem o vice-presidente da República, Michel Temer (SP), que se licenciou do comando de seu partido depois de tomar posse. Pois bem. Quem assumiu em seu lugar foi o senador raposa Valdir Raupp (RR), que ontem estava em João Pessoa.
Foi lá, durante evento da Fundação Ulysses Guimarães, que Raupp soltou a pérola: "Hoje temos uma aliança sólida com a presidente da República e com o PT e temos o vice-presidente Michel Temer, que é o nosso líder maior. Mas nós não sabemos o que poderá acontecer até 2014. Então temos que estar preparados para, se possível, lançar uma candidatura própria também à Presidência da República". Algum interesse deve estar por trás da declaração. Afinal, que motivo há para o PMDB, com Michel Temer na Vice-presidência, falar agora em candidatura própria para uma eleição que só vai acontecer daqui a três anos? Sabe-se lá o que se passa na cabeça de bandido! Sim, porque ele já foi denunciado pelo MP por crime contra o sistema financeiro.
No condomínio em que Dilma é a síndica há outros exemplos. O PR, por exemplo, por meio do deputado Anthony Garotinho (RJ), obstrui os trabalhos na Comissão Mista de Orçamento há três semanas e impede a votação de créditos suplementares ao Orçamento. E olha que são mais de R$ 15 bilhões. Garotinho levou a anistia dos bombeiros do Rio de Janeiro. Será que a obstrução vai parar? É preciso esperar pela semana que vem. Há quem diga que os republicanos vão continuar atrapalhando o máximo que puderem o governo. Ainda não se conformaram de perder o Ministério do Trabalho sem compensação.
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