As eleições parlamentares na Espanha, que elegeram o líder do centro-direita Partido Popular Mariano Rajoy, foram frias e sem importantes divergências de visões e diagnósticos sobre a atual crise espanhola. O ganho de 186 cadeiras do PP no parlamento, contra 110 dos socialistas, uma vitória significativa, não esconde o fato de que os espanhóis continuam sem perspectivas de mudanças concretas no curto e médio prazo. A depressão na Europa não é apenas econômica. Ultrapassa os limites razoáveis dos efeitos sociais de uma crise. Faz surgir no horizonte um futuro obscuro, como ocorreu na primeira metade do século XX. Provavelmente a tragédia não alcance efeitos tão perversos, mas o risco é de as sociedades não acreditarem mais na política e na democracia como meio de sustentação do modo de convivência social no Velho Continente. Apenas para lembrar : a taxa de desemprego na Itália alcança 20%, na Espanha 23% e na Grécia pouco mais de 27%. Entre os jovens, mais de 40% na média destes países.
Europa e lições para o Brasil Tem-se atribuído à crise econômica os ventos, com velocidade quase de furacão, que têm varrido diversos governos na Europa. Com a estrondosa vitória do Partido Popular nas eleições gerais espanholas no domingo, já são oito os governos substituídos nos últimos dois anos. E mais alguns estão na mira do eleitor. De fato, a economia foi apenas o estopim. A razão mais profunda é de natureza política : a absoluta incapacidade dos governantes de plantão, nas esferas executiva e legislativa, de propor soluções para os desafios que se apresentaram a eles - os antigos e os novos, trazidos pelo "admirável mundo novo" que estamos vivendo. O que suscita duas perguntas para a seara tupiniquim :
1. Quais transformações reais, institucionais e de infraestrutura, ocorrem de fato no país nos últimos dez anos, a despeito da inclusão de 40 milhões de consumidores, o que traz vantagens, mas também novos desafios e novas exigências ?Como diz o dito popular, podemos estar caminhando para "um mato sem cachorro".
2. Quais são as propostas concretas, reais, da oposição, para romper esse quase imobilismo ?
A reunião (de novo) dos europeus
No início de dezembro a Comissão Europeia, o órgão que de fato mantém o poder político da Zona do Euro, se reunirá novamente. Em debate, mais uma vez, o papel do BC europeu em meio a esta trágica crise. A decisão é simples (o BC ser ou não ser um 'emprestador de última instância'), a implementação é complexa (como realizar as compras de dívida soberana, determinar limites claros em termos de volumes, definir as taxas de juros, etc.) e a contrapartida dos países é arriscada politicamente (limites de superávit fiscal, privatizações, reformas estruturais, etc.). A Alemanha e a França terão mais razões para agir : a Itália e Espanha são riscos muito maiores que a Grécia e podem afetar todo o sistema financeiro europeu. Todos os três maiores implicados já mudaram seus governos para aqueles que tem feições mais "tecnocráticas" (o que quer dizer, mais alinhado com a ortodoxia de Berlim). Difícil fazer prognósticos de como agirão os principais atores deste trágico teatro (que já não é mais grego). Se o BC agir com força, há boa chance do risco de colapso ruir nos pés da especulação. Caso contrário, hummmm.... Melhor não tentar especular.
No Brasil, desaceleração significativa
Há pouco tempo, a inflação era o maior risco no curto prazo, motivo inclusive para que o governo adiasse aumento de impostos dos cigarros, não reajustasse os combustíveis e a telefonia em outubro - estes se constituem em "passivos" para o ano que vem. Ademais, a taxa de câmbio esboçou um ajuste, positivo do ponto de vista da indústria, mas relativamente perigoso para a inflação. Neste contexto, os "passivos" da inflação serão carregados sem solenidade para o ano que vem, o que dificultará o cumprimento da meta "central" da inflação em 4,5%. Para este ano, é provável que o BC não tenha de fazer a "cartinha" de justificativas pela não efetivação do limite de 6,5% da meta projetada. De fato, o cenário da atividade econômica mostra-se perigosamente caminhando para um nível de estagnação, em linha com o diagnóstico do próprio BC que justificou as recentes reduções na taxa básica de juros. O que provavelmente está sendo subestimado é o efeito político da desaceleração no que tange ao apoio popular ao governo, ao suporte sindical e o apoio da base aliada. A meta de crescimento de 5% em 2012 parece muito improvável, sobretudo quando se verifica que o PIB do último trimestre indicará um parco crescimento.
CARO EDUARDO
ResponderExcluirQUANDO A CRISE TEVE INÍCIO EM 2008 OUVIMOS O PRESIDENTE CACAREJAR QUE AQUI CHEGARIA UMA MAROLINHA!!!!!
TIVEMOS 2 ANOS DE UM GOVERNO PERDULÁRIO APENAS PARA ELEGER SUA ESCOLHIDA!!!
ELEITA, OUVIMOS NO DISCURSO DE POSSE QUE BRASIL EM 2011 CRESCERIA COMO NO ANO ANTERIOR!!
ALGUNS MESES DEPOIS VEIO A PRIMEIRA BOMBA: CONTENÇÃO DE GASTOS QUE NÃO ERA BEM ISSO, APENAS SOBRAS DE ORÇAMENTO!!! UM PONTO DE INTERROGAÇÃO
CONTINUOU MAIS UM POUCO PATINANDO EM DENÚNICAS E DEMISSÕES DE MINISTROS!!!!!
VÁRIOS LANÇAMENTOS DE PROJETOS PARA DESVIAR A ATENÇÃO DE UM GOVERNO INOPERANTE!!!
VIAJENS E RECEITINHAS DE BOLO PARA OS PAÍSES DE 1º MUNDO DE COMO SE FAZ PARA RESOLVER A CRISE MUNDIAL!!!!!!!
PRÓXIMO DO FINAL DE UM ANO VEMOS QUE DO TAL PAC2 SÓ 11% INVESTIDO (MAIORIA NO MINHA CASA MINHA VIDA) E LEMBRE-SE: NO DISCURSO DE CONTENÇÃO NÃO ATINGIRIA O TAL PAC2.
NÃO SEI ATÉ ONDE PODEMOS ACREDITAR NOS DISCURSOS PORQUE AS AÇÕES PARECEM UMA COLCHA DE RETALHOS MUITO MAL ALINHAVADA!!!!
Marisa Cruz