O que importa mais na agonia do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que insiste em ficar no cargo? As denúncias que pesam contra ele, no mínimo, no mínimo, de desvio de conduta, já que a corrupção ele jura de pés juntos que não houve, ou a guerra travada entre a CUT e a Força Sindical pelo controle dos sindicados pelo país afora? A sociedade brasileira condena o malfeito, gosta de punição aos culpados, embora no setor público a impunidade seja a regra, e sonha em ver os cofres públicos ressarcidos dos recursos desviados. Sonho de uma noite de verão, mas Martin Luther King um dia teve um sonho. E ainda bem que teve. Na política, no entanto, é mais fácil conseguir um pesadelo do que imaginar um país melhor para os cidadãos.
Pois a guerra pelo Ministério do Trabalho é pelo controle das entidades sindicais. Faz tempo que a Força Sindical, comandada pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), rouba espaço da CUT nos sindicatos, especialmente na iniciativa privada. Nas categorias mais fortes, inclusive entre os metalúrgicos do ABC paulista e de São Paulo, a Força Sindical conquistou comandos. A CUT não engole. Por isso, há um movimento para que o PT fique com o Ministério do Trabalho. Por quê? Porque é lá que está o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), uma dinheirama que pode servir a propósitos políticos.
Lupi esteve no Congresso, não convenceu, mas saiu batendo pé que fica no governo. A presidente Dilma, por mais que o PT pressione, não vai querer ter que fazer outras mudanças no ministério nem tirar o PDT de sua equipe. Só para lembrar, quando Brizola era vivo e ela morava no Rio Grande do Sul, Dilma foi pedetista. Tanto que um dos nomes mais fortes para suceder Lupi, caso ele não resista, é o do deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), muito próximo à presidente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário