A doença de Lula jogou luz sobre a qualidade dos serviços públicos de saúde oferecidos à população. Mais precisamente: sobre o atendimento aos portadores de câncer. Segundo as estatísticas oficiais, são 500 mil novos casos por ano. Especialistas consideram o número subestimado. A cifra beiraria 1 milhão. A mudança de mentalidade dos brasileiros contribuirá para ajustar os registros.
Há pouco mais de uma década, os enfermos escondiam o diagnóstico. Adultos e crianças evitavam pronunciar a palavra câncer, certos de que a simples referência ao vocábulo tinha o poder de atrair o mal. Quando Mário Covas, nos fins dos anos 1990, disse diante de microfones e câmeras que sofria de câncer, encorajou outros a fazê-lo. Mais recentemente, José Alencar, Dilma Rousseff e agora Lula seguiram o exemplo do então governador paulista. Com a diferença de que Covas foi se tratar num hospital público, enquanto os petistas foram para o Sírio-Libanês...
A guinada no comportamento tem consequências. De um lado, levará mais cidadãos a procurar socorro. De outro, mostrará o tamanho real da população que padece da doença. Melhora no rastreamento significa diagnóstico precoce e aumento das possibilidades de cura. Nos Estados Unidos, por exemplo, 70% dos pacientes recuperam plenamente a saúde. No Brasil a história tem outro enredo.
Como no Brasil saúde nunca foi prioridade, no SUS, as necessidades são ilimitadas e os recursos limitados. A medicina está cada vez mais sofisticada e cara. Apenas 45 milhões de pessoas têm planos de saúde privados. O restante da população — 155 milhões — recorre a um sistema público caótico. Mais: muitos dos segurados batem à porta das instituições do Estado quando necessitam de tratamento de alta complexidade.
Unidades da Federação contam com órgãos públicos de excelência em oncologia. Entre eles, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Não significa, porém, que paulistas, fluminenses e candangos sejam ilhas de privilegiados no arquipélago nacional. O problema: a quantidade de pessoas que demandam os serviços torna o atendimento demorado. As que têm acesso recebem cuidados segundo protocolos reconhecidos por associações científicas. As preteridas têm a doença agravada e, claro, a vida posta em risco.
Se o quadro é dramático com as estatísticas subestimadas, que se dirá quando todos exigirem socorro? Eis o desafio do SUS: oferecer o suficiente aos que necessitam. O salto qualitativo passa por aumento dos recursos e gestão profissional. Médicos, por mais qualificados que sejam, não são administradores capazes de responder às demandas da burocracia e da legislação. Impõe-se pôr o sistema nos trilhos.
Impõe-se avançar e tratar do assunto com mais responsabilidade: regionalizar políticas, expandir a atenção primária à saúde, melhorar a infraestrutura de atendimento. Com medidas eficazes, o câncer será uma palavra. Não mais uma sentença de morte para o povo brasileiro.
Enquanto nós pagarmos os planos de saúde milionários de nossos parlamentares...eles não farão nada pra melhorar o SUS.. pq eles sabem que nunca vão precisar dos serviços SUS... e quanto menos o SUS for eficiente... mais os planos de Saúde vão ganhar... então, alem da falta de vontade politica... tem a pressão das empresas privadas de saúde.. a maquina não anda assim... emperra e vai ficar estagnada pra sempre.
ResponderExcluirO povo só pensa em saúde pública quando um parente morre na fila do SUS.Depois, esquece o defunto e volta a apoiar a política paternalista demagoga dos PTralhas pois, enquanto estiverem recebendo o bolsa família, bolsa-reclusão pra que pensar em quem não volta mais ou em quem está na cadeia?!
ResponderExcluirJá os políticos, enquanto tiverem todas as benesses que NÓS pagamos, continuarão a legislar em causa própria! Pra que pensar no povo se a maioria analfabeta absoluta ou funcional continua a elegê-los em troca de 1 cento de telhas, 1 dentadura, 1 camiseta?
A doença desse canalha(se é que ela existe) só veio mostrar quem ele realmente é: um ser abjeto que sempre condenou (por pura INVEJA)as elites e que só entrou no poder para se locupletar. Agora tornou-se "elite"! O povo? Ora, o povo... este que se dane porque o Lula não vai a Hospital público como fez Mário Covas; o Lula vai continuar no Sírio-Libanês tendo TUDO PAGO POR NÓS porque ele quer tirar o máximo do povo como se o povo tivesse culpa dele ter tido uma família miserável, um pai safado de marca maior!
Enquanto o povo não descobrir que sem saúde e segurança não poderão usufruir do dinheiro de bolsas ou do dinheiro de seu emprego, a coisa continuará do jeitinho que está!!!