A nova crise no governo federal, que tem como protagonista o ministro do Trabalho, revela as fragilidades do modelo político brasileiro. Deputados, senadores e executivos para se elegerem recorrem às contribuições do setor privado e, mais recentemente, das ONGs. Uma vez no poder, necessário se faz dar o troco. No Brasil, a tradição é linchar apenas o corrupto, mas esquecer os corruptores. Afinal, quem é o veado. O que come ou o que dá? É claro que são ambos, veja a foto. Para além desta relação promíscua entre poder público e o terceiro setor, a crise revela um grave problema no quadro partidário brasileiro. Fragmentação, ausência de grandes legendas com definição ideológica clara e disciplina interna capazes de fazer valer o seu peso nas ações parlamentares. Diante deste cenário, presidentes e governadores são obrigados a lotear os seus ministérios e secretarias para manter a maioria parlamentar.
O governo Dilma tem maioria ameaçada no parlamento. Com partidos e líderes em excesso no bloco governista, o fogo amigo por cargos fica acirrado. Nas baixas anteriores à do ex-ministro do Esporte Orlando Silva, o passado de alguns dos protagonistas por si já os condenava. As baixas foram inevitáveis e a presidente deve ter respirado aliviada.
No caso de Orlando Silva, ficou no ar a sensação de que ele pagou pelos pecados de outros. Para o governo Dilma, serviu de alerta. Dilma parece ter visto que "ministro danado, todos a ele". O governo percebeu que nesta dinâmica do afastamento a cada nova denúncia passaria recibo de corrupção endêmica ou de fritura interna. Nesta perspectiva, somente uma reforma ministerial interromperá a sangria.
A reforma possivelmente virá, mas sempre deixará a impressão de que houve inicialmente uma escolha ruim. Além disso, os novos escolhidos terão de estar acima de qualquer suspeita, pois um novo caso no novo ministério poderá reativar o dominó. Anjos não são frequentes na política brasileira. Entre o céu e o inferno, a presidente assiste à performance de Carlos Lupi. A bola da vez parece ter gosto pelo palco. Vai das balas ao amor com igual firmeza. Com crime ou não, parece talhado para o castigo.
No caso de Orlando Silva, ficou no ar a sensação de que ele pagou pelos pecados de outros. Para o governo Dilma, serviu de alerta. Dilma parece ter visto que "ministro danado, todos a ele". O governo percebeu que nesta dinâmica do afastamento a cada nova denúncia passaria recibo de corrupção endêmica ou de fritura interna. Nesta perspectiva, somente uma reforma ministerial interromperá a sangria.
A reforma possivelmente virá, mas sempre deixará a impressão de que houve inicialmente uma escolha ruim. Além disso, os novos escolhidos terão de estar acima de qualquer suspeita, pois um novo caso no novo ministério poderá reativar o dominó. Anjos não são frequentes na política brasileira. Entre o céu e o inferno, a presidente assiste à performance de Carlos Lupi. A bola da vez parece ter gosto pelo palco. Vai das balas ao amor com igual firmeza. Com crime ou não, parece talhado para o castigo.
O dolorido Eduardo é saber que a demissão ou exoneração é dada como solução final. A grana roubada não é objeto de investigação e busca pela devolução. A depender da quantia, passa a valer à pena para os canalhas.
ResponderExcluirNão existe o corrupto sem o corruptor
ResponderExcluirComo o Ajuricaba falou acima, essa é a linha deles, se babar, sai com o que arrumou e nem olha pra traz, e ai vamos vendo entrar e saírem ministros e mais ministros, e a safadeza vai continuando. A reforma é necessária mas vai colocar quem no lugar, se não roubar é fritado em óleo quente, então só explodindo mesmo é q vai dar algum resultado.
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