A criação da Comissão da Verdade assustou o meio militar e os defensores da ideia de que a anistia permitiu a volta do Brasil à democracia e de que não deve haver uma caça às bruxas, como alguns países fizeram. Ontem, em solenidade no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff teve dois momentos curiosos e indicativos de sua postura em relação ao assunto, durante a cerimônia de entrega do Prêmio de Direitos Humanos. É importante salientar que Dilma voltou a se emocionar e chegou a chorar na solenidade. Em seu discurso, ao mencionar o homenageado Vladimir Herzog – desaparecido político morto pelo regime autoritário –, a presidente disse: “Aqueles que sabem que em algum momento do nosso país fazer greve era questão de polícia, divergir era questão de cadeia e opinar e lutar contra podia levar ao cárcere e até à morte, sabem que nós percorremos um caminho”.
Na mesma ocasião, no entanto, Dilma deu a senha de que não é necessário revolver o passado: “O Brasil devorou, digeriu todos esses artifícios autoritários, e conseguiu construir uma democracia. Nós temos de nos orgulhar disso. Somos um país em que divergir não é mais sinônimo de exceção. É possível divergir no nosso país, é possível liberdade de imprensa com as suas características. Eu inclusive disse, durante a campanha eleitoral, que preferia o barulho às vezes extremamente dolorido da imprensa livre ao silêncio das ditaduras”.
O recado foi dado. Reconhecer e esclarecer o passado – e é esse o papel da Comissão da Verdade – é necessário, mas não precisa vir acompanhado de qualquer tipo de revanchismo.
Na mesma ocasião, no entanto, Dilma deu a senha de que não é necessário revolver o passado: “O Brasil devorou, digeriu todos esses artifícios autoritários, e conseguiu construir uma democracia. Nós temos de nos orgulhar disso. Somos um país em que divergir não é mais sinônimo de exceção. É possível divergir no nosso país, é possível liberdade de imprensa com as suas características. Eu inclusive disse, durante a campanha eleitoral, que preferia o barulho às vezes extremamente dolorido da imprensa livre ao silêncio das ditaduras”.
O recado foi dado. Reconhecer e esclarecer o passado – e é esse o papel da Comissão da Verdade – é necessário, mas não precisa vir acompanhado de qualquer tipo de revanchismo.
Não é esse o espírito do brasileiro. O Brasil venceu a ditadura, impôs a democracia, vem vencendo as dificuldades econômicas e não precisa ficar mexendo em velhas feridas.
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