Para quem estava com saudades do jeito Dilma de ser, os últimos dias serviram para refrescar a memória. Embora tenha ressaltado que a nova ministra de Direitos Humanos, Eleonora Menicucci, que foi sua colega de cárcere na época da ditadura, “vai seguir as diretrizes do governo”, a presidente não se rendeu à reação virulenta de políticos ligados a igrejas evangélicas. A ministra, de fato, é a favor do aborto. Mas a reação de gente como o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é oportunista politicamente, não é por convicção de que ela defenderia isso no governo. Com palavras como Sodoma e Gomorra, fica claro que Cunha fala a seu público. É só esperar. Como o caminhão de porcos, depois que passar alguns dias da posse, os discursos contra a ministra vão sumir da mídia.
Dilma também comprou briga com o PTB. Não bastasse a demissão do presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci, ontem foi a vez de o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Evangevaldo Santos, anunciar que pediu demissão à presidente. Ele é afilhado do líder petebista na Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (GO), que se envolveu em bate-boca com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, exatamente por causa da saída de Denucci. Jovair, que de bobo nada tem, minimizou o caso e anunciou que o PTB já apresentou uma lista com nomes de eventuais substitutos para Evangevaldo. Vá ser rápido assim lá na China, mas o PTB é tão fisiológico, mas tão fisiológico, que a cara nem queima.
Aos poucos, a presidente Dilma vem resgatando o estilo que a marcou quando era a gerente do governo Lula. Tem feito mudanças no governo, mexendo em cargos-chaves nas estatais e nos ministérios. Apesar de bem avaliada, quer dar a sua cara e cobrar mais eficiência. Quem não se enquadrar pode entrar na fila do seguro-desemprego .
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